Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2016
Aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB) planejam responder aos ataques que a decisão da sigla de romper com o governo Dilma Rousseff suscitou nos últimos dias. A estratégia também prevê a formulação de críticas públicas à articulação da petista de oferecer cargos e emendas em troca de votos contra o impeachment.
Nos bastidores, peemedebistas têm dito que essa trama configuraria “a versão do mensalão de Dilma” e que joga por terra o discurso de que a petista não coaduna com a corrupção, enterrando a imagem de “faxineira” que catapultou seu primeiro mandato.
Os aliados de Temer acreditam que Dilma irá insuflar a rejeição da população ao “barganhar abertamente cargos para manter o mandato” não poupando nem áreas estratégicas como a Saúde.
Conselheiros do vice dizem ainda que Temer não cairá na tentação de competir com o governo na oferta de cargos a possíveis aliados para se diferenciar da petista. Sem as mesmas armas, no entanto, como fazer para evitar que Dilma conquiste os votos que precisa para barrar o impeachment na Câmara?
A ala do partido que trabalha pelo afastamento conta com dois fatores. Primeiro, a mobilização popular. Líderes de movimentos de rua contrários ao PT fizeram, com o apoio de parlamentares pró-impeachment, um mapeamento dos endereços residenciais e dos escritórios políticos de deputados favoráveis a Dilma em suas cidades. Com isso, pretendem fazer uma série de pequenos protestos para expor o apoio à petista e constrangê-los a mudar de opinião diante de sua base eleitoral.
O outro fator que ainda dá esperanças à ala pró-impeachment é a infidelidade da base de Dilma. Segundo esse grupo, os deputados sabem que, ainda que a presidente derrube o primeiro pedido de impeachment no plenário da Câmara, continuará com uma base mínima, insuficiente para governar, o que só agravaria a crise.
A contraofensiva da ala que é aliada a Temer decorre de dois movimentos: os ataques abertos de integrantes do governo ao vice e a reprimenda tardia que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez à decisão do PMDB de romper com o governo. (Folhapress)