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Brasil A cirurgia das meninas brasileiras unidas pela cabeça terminou bem

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Os professores Jayme Farina Júnior e Hélio Machado, de Ribeirão Preto. Procedimento está dividido em quatro fases. (Foto: Reprodução)

O HC-RP (Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto) confirmou que a primeira etapa da cirurgia de separação das gêmeas siamesas unidas pela cabeça foi concluída às 15h de sábado (17), após sete horas de procedimentos.

Acompanhadas há mais de um ano no interior de São Paulo, as meninas de 1 ano e sete meses do Ceará foram levadas para cirurgia às 8h. A direção do hospital informou que os trabalhos foram realizados de acordo com o planejamento feito pelas equipes do Brasil e dos Estados Unidos, mas não deu outros detalhes.

Ao todo, 30 profissionais estão envolvidos, entre neurocirurgiões, neurologistas, anestesistas, cirurgiões plásticos, intensivistas e enfermeiros. Comandada pelo professor chefe do Departamento de Neurocirurgia Pediátrica, Hélio Machado, a equipe conta com o cirurgião norte-americano James Goodrich, referência no assunto no mundo.

Os trabalhos realizados neste sábado fazem parte da primeira das quatro etapas previstas para serem concluídas a cada dois meses.

Nas três primeiras, segundo planejamento inicial dos médicos, foram projetados procedimentos de desconexão dos vasos sanguíneos e de expansão da pele na cabeça. A separação total só deve acontecer na última cirurgia.

O procedimento é estimado em US$ 2,5 milhões na rede particular nos Estados Unidos, mas é realizado no Brasil por cerca de R$ 100 mil, custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Exames e estudos

O caso chegou ao Hospital das Clínicas por intermédio de Eduardo Jucá, que foi aluno da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão e especializou-se em neurocirurgia pediátrica.

Ele tomou conhecimento do caso das irmãs de Patacas, distrito de Aquiraz (CE), pouco tempo após o nascimento delas, quando as duas foram encaminhadas ao hospital onde ele atua como coordenador. Devido à complexidade, entrou em contato com a equipe no interior de São Paulo para articular as avaliações.

Para viabilizar as cirurgias, exames complexos de ressonância magnética feitos no HC foram enviados à equipe do neurocirurgião James Goodrich, no Montefiore Medical Center, em Nova York (EUA). Eles propiciaram a criação de moldes tridimensionais em acrílico, com as veias e as artérias das crianças reproduzidas fielmente. Goodrich dedicou a carreira a casos complexos como este e já realizou 20 cirurgias de sucesso pelo mundo.

Molde em acrílico dos crânios das siamesas foi desenvolvido nos Estados Unidos a pedido da equipe do HC de Ribeirão Preto. (Foto: Reprodução)

Apesar de terem nascido unidas pelo topo do crânio, as irmãs não compartilham o mesmo cérebro. No entanto, a proximidade e o sistema vascular em partes interligado são considerados os fatores mais inquietantes para a equipe.

Outro desafio é a restauração do tecido da parte superior das cabeças após as incisões feitas para o trabalho dos neurocirurgiões. O couro cabeludo da região occipital – em cima da nuca – será implantado na parte superior da cabeça após a separação definitiva. A área que ficará sem a pele receberá enxertos retirados de outras partes do corpo.

A previsão é que a família fique hospedada em Ribeirão Preto até o fim das quatro cirurgias, uma vez que as viagens de ida e volta demandam uma logística elaborada.

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https://www.osul.com.br/apos-sete-horas-equipe-conclui-1a-etapa-de-cirurgia-de-separacao-de-gemeas-siamesas/ A cirurgia das meninas brasileiras unidas pela cabeça terminou bem 2018-02-19
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