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Brasil Após três anos, delatores da Odebrecht abrem negócios próprios

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Marcelo Odebrecht é o principal executivo da empreiteira que fechou acordo de delação premiada com a PGR. (Foto: Divulgação)

Marcos, Emyr, Júnior e Newton foram delatores da Odebrecht na Operação Lava-Jato. Hoje o primeiro abriu um petshop, o segundo é dono de um haras, o terceiro tem um restaurante e o último abriu uma empresa de tratamento de água.

Pouco mais de três anos após o início das tratativas daquela que ficaria conhecida como “a delação do fim do mundo” — dado o alcance e poder de destruição no mundo político das denúncias que estavam por vir –, delatores da Odebrecht seguem suas vidas profissionais sem maiores embaraços.

Vários delatores viraram consultores financeiros, de engenharia, construção ou outros negócios. Alguns foram trabalhar com a família, ou em outras grandes empresas e há até mesmo quem manteve o emprego, apesar de tudo.

De acordo com levantamento feito pelo UOL, dos 79 então integrantes da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) — 77 na “delação do fim do mundo” e outros dois funcionários em separado — 12 deixaram a companhia e abriram novas firmas.

Outros 50 foram trabalhar em negócios próprios ou de familiares, já existentes antes da delação, ou ainda em outras empresas do mercado — duas dessas empresas possuem contratos pequenos com o governo federal em Pernambuco — e pelo menos 11 continuaram a trabalhar na Odebrecht logo após a delação.

Procurada pela reportagem, a empresa não confirma quantos delatores ainda trabalham por lá hoje em dia. Emílio Odebrecht, patriarca da família, dono da Odebrecht e também um dos delatores, continua na empresa organizando a transição pós-delação, por exemplo, mesmo sem cargo formal.

Era 22 de março de 2016 quando a Odebrecht emitiu um comunicado ao mercado informando que passaria a colaborar com a Lava-Jato.

De acordo com apuração feita pelo jornal “Valor Econômico” na época, cada delator recebeu da Odebrecht R$ 15 milhões em média, como compensação financeira da empresa. A quantia seria distribuída porque os funcionários delatores sofreriam restrições de atuação e poderiam ter dificuldades profissionais no futuro. A Odebrecht nunca confirmou o valor da indenização paga aos delatores.

Um dos delatores conversou com o UOL mas não quis dar entrevista identificado. “Perdi o contato com esse pessoal depois daquele rolo todo, mas pelo que sei todo mundo tá entrando muita dificuldade profissional depois de tudo.” Ele conta que transformou uma paixão pessoal em negócio depois da delação, mas não ganha muito dinheiro com a atividade.

Indefinições sobre punições

Segundo o MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná), que comanda as investigações da Lava Jato em Curitiba, em cada termo de colaboração há uma pena a ser cumprida pelos delatores. Porém, há vários executivos que foram denunciados, viraram réus mas ainda não foram condenados.

De acordo com o MPF-PR, por meio de sua assessoria de imprensa, como foi o STF que homologou as delações, é a corte suprema quem saberia informar qual a pena prevista para cada réu, assim como as possíveis restrições profissionais impostas a cada um atualmente. Procurado pelo UOL, por meio de sua assessoria de imprensa, o STF não informou a situação penal de cada delator e diz que ainda há diversos acordos sob sigilo de Justiça.

Nos acordos de delação, segundo o divulgado na época, a PGR fixou três tipos de regimes para cumprimento da pena dos delatores: domiciliar fechado, domiciliar semiaberto (com possibilidade de trabalho durante o dia) e domiciliar aberto (recolhimento apenas nos finais de semana). Ou seja, ninguém mais iria para a cadeia.

Inquéritos

Os depoimentos dos executivos da empreiteira resultaram no maior acordo de delação do mundo, com 89 apurações abertas pela PGR. Destas, 22 foram arquivadas sem virar processos penais e 13 delas foram jogadas fora por falta de provas.

Outras 27 investigações foram para a primeira instância, a maior parte para a Justiça Eleitoral.

Até agora o MP e o Judiciário arquivaram casos relacionados, por exemplo, ao ex-ministro Blairo Maggi (PR-MS), ao senador Eduardo Braga (MDB-AM), e aos ex-senadores Marta Suplicy (MDB-SP) e Ricardo Ferraço (MDB-ES). Já o STF arquivou a maioria das investigações contra o senador José Serra (PSDB-SP), e o que sobrou foi enviado para a Justiça Eleitoral.

 

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https://www.osul.com.br/apos-tres-anos-delatores-da-odebrecht-abrem-negocios-proprios/ Após três anos, delatores da Odebrecht abrem negócios próprios 2019-06-04
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