A 19 dias das eleições, ouve-se que haverá aumento no número de votos brancos e nulos, além das abstenções. Diante da constatação, surge uma certeza: candidatos espertos, trapalhões e desonestos vão aplaudir o comportamento. Querem que os eleitores esclarecidos, que sabem avaliar e tem senso crítico, fiquem distantes das urnas. É o que não pode acontecer.
Quem vai fiscalizar?
Para as 513 vagas à Câmara dos Deputados, estão registrados 8.350 candidatos. Ao Senado, concorrem 352 para preenchimento de 54 cadeiras.
Câmara e do Senado têm o dever constitucional de fiscalizar e evitar desvios do dinheiro público. Para tanto, é preciso escolher honestos, responsáveis e competentes. A generalização, achando que ninguém presta, torna-se veneno para a sociedade.
Olhar para fora
O exemplo pode ser encontrado em outros países, onde há candidatos bons e ruins. A maioria elege os bons. É dessa forma que crescem e fazem o setor público cumprir sua missão com qualidade.
Número famoso
O projeto de lei do orçamento do Estado, que chegou à Assembleia Legislativa, semana passada, recebeu no protocolo o número 171. No Código Penal, o artigo 171 é conhecido porque trata de estelionato e outras fraudes. Mesmo com rombo previsto de 7,4 bilhões de reais que recairá sobre os contribuintes de impostos, deve ser mera coincidência.
Saudosistas
Há os que contestam a urna eletrônica. Talvez queiram voltar à cédula de papel e urna de lona, transportadas dos pontos mais distantes para as capitais. A contagem era feita à mão com preenchimento dos resultados a lápis em folhas de papel. Os episódios de fraude faziam parte da rotina.
Só para lembrar: a divulgação da eleição presidencial de 1950 durou um mês.
Seguem os mistérios
Os advogados do esfaqueador de Jair Bolsonaro se recusam a revelar quem os contratou e por quanto. Outros casos em que não foram apontados autores: tiros disparados contra a caravana de Lula, no Paraná, e a morte da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro.
Radiografia
No comitê de Bolsonaro, há consenso em torno de um fato: com o candidato hospitalizado, muitos disputam o leme e ninguém tem controle do barco.
Resposta esperada
Desde 1º de janeiro de 2016, o Rio Grande do Sul passou a pagar novas alíquotas de ICMS. A elevação do imposto foi de 17% para 18% na categoria geral e de 25% para 30% sobre produtos e serviços seletivos. A 31 de dezembro deste ano vai se esgotar o prazo de vigência. Significou aumento médio de 2 bilhões de reais por ano para o Estado, dos quais 500 milhões foram repassados aos municípios.
Agora é tarde
De Norte a Sul do País, o que mais se ouve dos governadores nos últimos dias: “O grande erro foi não ter, desde o primeiro dia da gestão, mostrado integralmente a situação de calamidade que encontramos no Estado.”
De mal a pior
A maioria dos candidatos faz demonstrações de malabarismos e constrói castelos no ar. Parece que não leram a notícia: o Brasil está parado no tempo. Pelo terceiro ano consecutivo, o Índice de Desenvolvimento Humano estacionou, conforme levantamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, referente a 2017.
Criam a tempestade
Se dependesse dos especuladores, haveria eleição presidencial a cada ano. Forjam clima de insegurança, provocam o aumento do dólar e ganham milhões sem fazer força. Pior para a população, que sente os efeitos até no preço do pãozinho.
Medo de tudo
A reação de candidatos e assessores com a divulgação de pesquisas eleitorais costuma ser a mesma: espécie de pânico quando sobe ou desce.