Domingo, 07 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2025
A recuperação que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha registrando na aprovação popular perdeu tração, segundo a mais nova pesquisa Datafolha. Segundo o levantamento, 32% dos brasileiros consideram a gestão ótima ou boa, 30% a classificam como regular e 37% avaliam o governo como ruim ou péssimo. A variação ocorreu dentro da margem de erro em relação à rodada anterior, de setembro, em que os índices foram de 33%, 28% e 38%, respectivamente.
A pesquisa foi realizada entre terça e quinta-feira da semana passada, em meio ao acirramento de tensões entre Executivo, Legislativo e Judiciário e após o início do cumprimento de pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso pelo caso da tentativa de golpe. Antes disso, em setembro, o Datafolha havia indicado uma melhora de quatro pontos na avaliação do governo, na comparação com a rodada de julho.
Na ocasião, há três meses, Lula havia retomado o patamar de aprovação que registrava até o fim de 2024, antes da crise do Pix. O presidente vinha mobilizando um discurso de defesa da soberania nacional, após o tarifaço aplicado pelo governo de Donald Trump, e aproveitou deslizes da oposição bolsonarista, como a bandeira gigante dos Estados Unidos exibida em uma manifestação anti-governo em São Paulo, no 7 de Setembro.
Além da sucessão de atritos entre Planalto e Congresso nas últimas semanas, outro fator que se colocou no caminho do governo Lula desde setembro foi a megaoperação policial no Rio, no mês passado, que deixou 122 mortos. A despeito da letalidade, a maior já registrada em uma operação policial no Brasil, a ação recebeu avaliações positivas da população. Lula, por sua vez, criticou a operação e a classificou como “matança”.
Segundo a pesquisa, o saldo de avaliação de Lula melhorou em dezembro principalmente na faixa de renda de dois a cinco salários mínimos. Neste grupo, a gestão agora é considerada ótima ou boa por 31%, enquanto 39% a consideram ruim ou péssima, uma distância de oito pontos. Há três meses, o abismo era quase o triplo do tamanho: 25% avaliavam positivamente o governo, e 47% de forma negativa.
Esta parcela do eleitorado é a principal beneficiada pelo aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, que passará a abarcar aqueles que recebem até R$ 5 mil por mês. O presidente anunciou a medida, aprovada pelo Congresso, em um pronunciamento em cadeia nacional no último domingo (30).
Por outro lado, Lula teve oscilação negativa entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos, que vinha sendo um dos principais redutos de aprovação do governo. Na faixa de menor remuneração, 39% consideravam o governo ótimo ou bom em setembro, enquanto 29% o tachavam como ruim ou péssimo; agora, os percentuais são de 36% e 31%, respectivamente.
O cenário atual, embora estável, é distante do auge vivido pelo petista em seus primeiros mandatos — em 2010, ele somava 72% de ótimo/bom nessa mesma altura do governo. O desempenho, porém, é melhor do que o registrado no fim de 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro, que tinha 53% de ruim/péssimo e apenas 22% de aprovação. (Com informações do portal O Globo)