Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2023
Ministros do Supremo dizem, nos bastidores, que “acabou a lua de mel” com o Palácio do Planalto
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA relação do Supremo Tribunal Federal (STF) com o governo Lula ficou estremecida após a aprovação, no Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes da Corte. Magistrados se queixaram do voto do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), a favor da emenda. O senador disse que foi procurado por ministros do STF e pediu desculpas.
Wagner alegou que não teve intenção de afrontar o Supremo. Ele liberou a bancada na Casa para que os senadores votassem como quisessem em relação à proposta, contra ou favor. Antes da votação, o senador já havia adiantado que iria liberar a bancada. A decisão fez parte de uma estratégia do governo para evitar que o assunto respingue no Executivo. O líder do governo no Senado, porém, disse que votaria a favor da PEC, o que gerou aplausos de senadores da oposição.
A votação também abriu um confronto verbal entre magistrados e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente do Congresso disse que o texto era “algo muito positivo para a Justiça”. Ele voltou a negar que a matéria seja uma “retaliação” ou uma “afronta” ao Judiciário.
Ministros dizem, nos bastidores, que “acabou a lua de mel” com o Palácio do Planalto. A avaliação de integrantes do Supremo é que, embora tenha dito que o governo não emitiria posição sobre a proposta, Wagner deu sinal verde à base governista ao declarar voto favorável ao texto.