Domingo, 28 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Argentina deve fechar o ano com inflação perto dos 200%

Compartilhe esta notícia:

Depois das eleições primárias, o governo promoveu forte desvalorização do peso. (Foto: Getty Images)

A inflação deu um pequeno alívio aos argentinos, segundo dados oficiais divulgados na semana. Depois de um pico de 12,7% em setembro, a escalada dos preços perdeu um pouco de força em outubro, ficando em 8,3%. Apesar do pequeno respiro mensal, economistas reviram para cima suas projeções e apostam agora que o país fechará o ano com uma inflação de 185%.

No acumulado entre outubro de 2022 e outubro de 2023, o Índice de Preços ao Consumidor bateu a marca de 142,7%, de acordo com resultados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), do Ministério da Economia. É a maior marca registrada na Argentina desde 1991. O dado de outubro é o último antes do segundo turno das eleições presidenciais, que ocorre neste domingo (19). O ministro da Economia e candidato do governo, Sergio Massa, disputa com o ultradireitista Javier Milei.

Massa assumiu o ministério no meio do mandato do atual presidente, Alberto Fernández, quando o quadro de desorganização macroeconômica e de disparada dos preços já estava instalado. Ainda que seja o ministro de uma economia em pedaços, tenta convencer os eleitores de que fará diferente se for eleito presidente.

Milei — que apareceu em primeiro na última pesquisa de intenção de voto antes do pleito e divulgada pela empresa Atlas na semana passada — se projetou como o candidato que promete um tratamento de choque na economia, o que passaria pela extinção do Banco Central e pela substituição do peso argentino pelo dólar americano como moeda nacional.

Os preços de outubro refletem as medidas do governo que congelou algumas tarifas, como a de energia e dos transportes e também de itens da cesta básica até o fim de outubro. O governo também segurou reajustes dos combustíveis e manteve a cotação do câmbio oficial em 350 pesos por dólar, além de ter adotado ações para conter o dólar paralelo. Depois das eleições primárias de agosto, o governo promoveu forte desvalorização do peso, com reflexos no galope inflacionário.

Em outubro, o câmbio ficou em um patamar mais estável e os efeitos da política de redução da oferta monetária conduzida pelo Banco Central parece ter sido sentida de forma mais nítida, diz o economista Esteban Fernández Medrano. Mesmo com uma inflação anual nas alturas, a desaceleração de outubro em relação a setembro é uma boa notícia. Mas, ao que parece, apenas momentânea. “Não estou seguro de que se trata de um sinal de melhora no curto e no médio prazo”, diz Medrano.

Ele repete avaliação corrente entre economistas de que inflação no estágio atual é um problema de difícil resolução e mais: que nenhum dos candidatos detalhou ainda como pretende lidar com esse desafio. A pesquisa eleitoral da semana passada apontou que para 78,3% dos argentinos o maior problema atualmente é a inflação.

Além dos dados do Indec, outro dado divulgado foi o da pesquisa periódica realizada pelo Banco Central com base projeções de economistas. Eles previam antes que 2023 se encerraria com uma inflação de 180,7%. A nova previsão é que a inflação do ano atingirá 185%.

Em outubro, os vilões dos preços foram serviços de telefonia e internet, vestuário e calçados e eletrodomésticos. A variação mensal dos preços na Argentina rodou na casa dos 5% a 8% entre novembro de 2022 e julho deste ano. Em agosto e setembro, rompeu a barreira dos 12% e agora voltou para 8,3%.

Na comparação anual, os argentinos sentem no bolso preços subindo acima dos 90% desde o fim do ano. Em fevereiro, passaram dos 100% e desde então cresceu praticamente todos os meses.

“Os resultados [de outubro] estiveram bastante abaixo. Nossas estimativas apontavam para uma alta mensal de 10%. A diferença se deu basicamente no setor de alimentos, é lá onde temos uma discrepância”, disse Nicolás Alonzo, economista da consultoria Orlando J. Ferrerés & Asociados. Um dos cenários é que inflação de novembro traga um quadro mais deteriorado da economia do país, já que há diversos controles de câmbio e de preços que devem acabar passada a eleição.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Sem a China, a situação da Argentina seria mais grave do que já é; os empréstimos foram um salva-vidas
Argentinos vão às urnas neste domingo em meio à disputa acirrada
https://www.osul.com.br/argentina-deve-fechar-o-ano-com-inflacao-perto-dos-200/ Argentina deve fechar o ano com inflação perto dos 200% 2023-11-18
Deixe seu comentário
Pode te interessar