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Mundo Argentina fica mais cara para turistas brasileiros com o governo que assumiu em 10 de dezembro

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A inflação da Argentina fechou dezembro em 25,5%.(Foto: Divulgação)

A Argentina fica mais cara para turistas brasileiros com o governo que assumiu em 10 de dezembro. Em uma viagem de um mês a Buenos Aires, o casal de brasileiros Felipe Morais e Bárbara Bentivoglio comprovou na pele os efeitos da inflação disparada na Argentina. Em um restaurante indicado pelo Guia Michelin, no badalado bairro de Palermo, a conta chegou 20% mais cara do que calcularam com os preços do cardápio virtual durante a espera na fila para entrar.

Surpresos, o engenheiro de software de 35 anos e a consultora de marketing, de 36, discutiram com os atendentes, que explicaram que os preços válidos eram os do cardápio físico, e que o virtual acabava de ser atualizado. “Atualizaram o virtual quando estávamos comendo. Não achamos justo pagar mais do que o que tínhamos visto na fila, e por sorte eu tinha gravado uma imagem dos valores dos pratos que vimos no celular um pouco antes”, disse Bentivoglio.

“No final, deram 20% de desconto, o que fez com que a conta ficasse próxima ao que eu tinha calculado uma hora antes.” O casal acabou pagando 80 mil pesos argentinos (cerca de R$ 410 no dia), em vez dos 100 mil (R$ 520) que tinham sido cobrados inicialmente, por dois pratos principais, uma entrada e um drinque.

Consultada pela reportagem, que presenciou a cena, uma garçonete do local explicou que o cardápio físico do restaurante tinha sido atualizado havia uma semana, mas que houve uma demora para atualizar o digital, o que só foi feito por volta das 23h daquela noite.

O episódio é uma amostra do descontrole dos preços no país vizinho, que parecem ter acelerado após a posse do novo presidente, Javier Milei, em dezembro, e suas medidas econômicas – como a desvalorização do peso em mais de 50%, fim do congelamento de preços e reajuste de combustíveis. Todos os produtos estão passando por aumentos, em muitos casos semanais, e donos de restaurantes tendo de repassar reajustes de pelo menos 10% semanais para os cardápios. Esse descontrole acaba encarecendo as viagens de brasileiros ao país.

A inflação da Argentina fechou dezembro em 25,5%, segundo dados do Instituto de Estatística e Censos do país (Indec). Com isso, 2023 terminou com um índice de 211,4%, a maior taxa anual desde a hiperinflação registrada em 1990. Os números superaram os da Venezuela e fizeram a Argentina ter a maior inflação da América Latina.

“A inflação de dezembro é exacerbada por essas correções de preços que estavam super atrasados e esperamos que em janeiro o índice seja similar, e depois, com a correção dos preços relativos, comece a baixar”, explica Matias De Luca, economista especializado em mercado financeiro.

Santiago Manoukian, chefe de Research da consultoria econômica Ecolatina, explica que os preços na Argentina costumam aumentar com a desvalorização da moeda pelos aumentos dos preços em pesos dos insumos necessários para a produção, “o que gera um efeito cascata na economia, pelos custos que criam para as empresas, que depois transladam, finalmente, para o consumidor”.

Além disso, com aumento do dólar, produtores também aumentam seus preços para manter a paridade do que recebem pelas vendas no mercado externo e interno. Para De Luca, também existe um mecanismo de defesa entre os argentinos de estabelecer preços tendo o valor do dólar como referência, por estarem acostumados a que, historicamente, sua moeda perca valor.

“Viemos atraídos pelas notícias de que Buenos Aires estava muito barata, de que aqui brasileiro era rei, mas não sentimos isso. Os preços em geral já não são mais tão vantajosos quanto aparentavam ser há alguns meses”, disse Bárbara Bentivoglio. “Estamos com a sensação de que os preços estão bem equivalentes aos do Brasil.”

Segundo ela, “a diferença é, se você gosta de comer bem, principalmente carne, aí é mais barato”. Segundo Felipe Morais, em um restaurante no bairro de San Telmo, um tradicional corte argentino “ojo de bife” e acompanhamento abundante de purê, que serve três pessoas, com um “bom vinho” e água, a conta saiu por R$ 68 por pessoa – ou R$ 204, no total. “Quando o assunto é carne e vinho, de qualidade, nós de fato ainda comemos muito melhor e mais aqui gastando consideravelmente menos que no Brasil”, disse.

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https://www.osul.com.br/argentina-fica-mais-cara-para-turistas-brasileiros-com-o-governo-que-assumiu-em-10-de-dezembro/ Argentina fica mais cara para turistas brasileiros com o governo que assumiu em 10 de dezembro 2024-01-14
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