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Mundo Argentina: fortalecido nas eleições de domingo, Milei prioriza reformas trabalhista e tributária

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Um dia após a contundente vitória nas eleições legislativas da Argentina, Javier Milei indicou quais são os seus planos para os próximos dois anos de mandato. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um dia após a contundente vitória nas eleições legislativas da Argentina, Javier Milei indicou quais são os seus planos para os próximos dois anos de mandato. Com um Congresso mais favorável, ele propôs avançar suas reformas liberais, incluindo a trabalhista e a tributária, mas sabe que ainda terá de dialogar.

“Na área tributária, temos um plano para reduzir 20 impostos, diminuir as alíquotas e expandir a base tributária para que, com a redução das alíquotas, a sonegação se torne desnecessária. As pessoas não querem ficar no setor informal. Isso libera recursos para o setor privado”, disse Milei, em entrevista à emissora A24.

O presidente apresentou também seus planos para a reforma trabalhista, a primeira que ele deve impulsionar no Congresso: aumento da jornada de trabalho de 8 para 12 horas, fragmentação das férias, pagamento de salários com “vale-alimentação” e o parcelamento de multas rescisórias ou judiciais.

Segundo o governo, a proposta pretende flexibilizar os contratos de trabalho para incentivar mais empregos em médias e pequenas empresas. A medida atenderia tanto aos empregadores quanto à população, que vem reclamando do aumento do desemprego. Quase metade dos argentinos hoje trabalha na informalidade. Mas muitas dessas medidas devem ser discutidas na Justiça.

O dia seguinte à vitória de Milei registrou uma reação positiva do mercado financeiro. Na segunda-feira, a Bolsa de Valores de Buenos Aires se recuperou quase 31%, medida em dólares, a maior alta em um único dia nas últimas três décadas.

Os títulos argentinos subiram mais de 20% nos EUA, as ações de empresas argentinas na Bolsa de Nova York dispararam, em especial às dos bancos, e o risco país caiu para 652 pontos, nível equivalente a junho. A moeda americana chegou a ser vendida a 1.430 pesos no Banco Nación – 85 pesos a menos que na sexta-feira, uma queda de cerca de 5,6%.

O mercado já previa que a coalizão governista venceria cerca de 30% das cadeiras na Câmara dos Deputados, mas os resultados foram acima da expectativa. O partido de Milei, A Liberdade Avança (LLA), foi de 37 deputados para 93. Somando com os aliados – PRO (Proposta Republicana), de Mauricio Macri, a coalizão chega a 107 cadeiras.

Considerando-se que UCR (União Cívica Radical) acompanhe o governo, são 110 no total para respaldar a agenda do presidente. Não é a maioria, mas será a maior bancada.

O peronismo retrocedeu, mas pouco. O partido kirchnerista Força Pátria – que está dentro da coalizão União pela Pátria, de esquerda – manteve os 98 assentos que já tinha. Contudo, perdeu o posto de maior bancada.

“A coalizão LLA está confirmada como uma força nacional, estendida e com apoios em distritos-chave. E cresceu em outros distritos onde havia encontrado dificuldades em se estabelecer até agora”, disse o cientista político e analista de dados eleitorais pela UBA Facundo Cruz.

Com os resultados, Milei terá mais margem de manobra. Na nova configuração, o presidente terá de dialogar com cerca de 20 deputados para avançar em seu programa. Algo possível, desde que Milei não repita nos próximos dois anos os erros do passado, quando brigou com sua base.

“Teremos de ver o que acontece no futuro e se o discurso em que ele propôs negociações realmente se traduz em uma colaboração com as outras forças políticas. Até agora, isso não aconteceu, então veremos”, aponta Lourdes Puente, cientista política e professora na UCA (Universidade Católica Argentina).

“Agora, vamos voltar a uma lógica onde a Casa Rosada pode negociar com os governadores um a um, sem enfrentar um bloco homogêneo, sólido e consolidado. Isso vai facilitar as condições de negociação”, afirma Cruz.

Na Argentina, os governadores são importantes lideranças regionais com poder de influenciar o Congresso. Na primeira metade de seu mandato,

Milei brigou com os governos provinciais de sua base de apoio. Essa atitude fez os dirigentes montarem um bloco contra a Casa Rosada e, desde então, nenhum projeto mais foi aprovado.

Na segunda, Milei garantiu que buscará consensos. “Com esse resultado, tenho de sair e buscar os votos de que preciso para implementar essas reformas de segunda geração, que são importantes para o povo argentino”, disse.

No Senado, o cenário para o governo será ainda mais favorável. Antes com apenas 6 senadores, o LLA terá 18 a partir de 10 de dezembro – quando assume o novo Legislativo. Somando ainda o PRO, a bancada governista chega a 24 – um terço da Casa de 72 assentos. Este era o número de ouro que Milei buscava. A oposição peronista terá outro terço e o restante ficou pulverizado entre outras forças.

A vitória de domingo, contudo, está longe de ser o fim do inferno astral do presidente. As eleições da Província de Buenos Aires, em setembro, enviaram um recado: a população não está contente com a estagnação econômica. Milei disse ter ouvido e prometeu mudanças.

A primeira será uma reforma de gabinete. Desde que perdeu em Buenos Aires, Milei avisou que a mudança seria feita no dia seguinte às legislativas nacionais, porque ele queria medir o humor da população. Na segunda, ele confirmou que vai promover uma dança das cadeiras. Ele não incluirá nomes muito distantes de sua força política, mas dará espaço a nomes da direita tradicional, ligada a Macri.

“O gabinete é desenhado com base no Congresso que tenho e nos acordos que devo buscar. Tenho um mandato da sociedade, que é o programa de propostas que fiz em 2023”, afirmou Milei. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/argentina-fortalecido-nas-eleicoes-de-domingo-milei-prioriza-reformas-trabalhista-e-tributaria/ Argentina: fortalecido nas eleições de domingo, Milei prioriza reformas trabalhista e tributária 2025-10-28
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