Quinta-feira, 21 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2015
Após 12 anos de kirchnerismo, a Argentina escolhe neste domingo um novo presidente entre o candidato governista Daniel Scioli, favorito nas pesquisas, e os opositores Mauricio Macri e Sergio Massa, em uma eleição marcada pela incógnita sobre a possibilidade de segundo turno, no dia 22 de novembro. O tom de confronto da presidente Cristina Kirchner parece dar passagem a um tom mais conciliador na política argentina.
Mais de 32 milhões de pessoas devem comparecer às urnas. Além do presidente e do vice-presidente, os argentinos devem escolher também deputados nacionais e parlamentares para o Mercosul. Onze províncias definirão ainda governadores e outros cargos, tudo em apenas uma cédula.
A lei eleitoral na Argentina estabelece que para conquistar a presidência é necessário obter mais de 45% dos votos ou 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado. As últimas pesquisas não permitem cravar o resultado.
Candidatos
Scioli, 58 anos, é o candidato governista pelo partido Frente para a Vitória (peronismo de centro-esquerda). Ele conseguiu chamar a atenção ao prometer um aumento de salário de fato para 600 mil trabalhadores de classe média com a eliminação de um imposto. Desde 2007, ele é governador da poderosa província de Buenos Aires, onde vivem quase 16 dos 40 milhões de habitantes do país.
Principal candidato da oposição, Macri, 56, é atualmente prefeito de Buenos Aires. Ele faz oposição ao controle do Estado proposto pelo kirchnerismo. Lidera a aliança Cambiemos (Mudemos), com o apoio da direita e dos social-democratas.
Massa, 43, aparece em terceiro nas pesquisas. Ele é ex-ministro de Kirchner, que passou à oposição em 2013. Ele lidera a ala à direita do peronismo, a frente Unidos por uma Nova Alternativa.
Os três principais candidatos privilegiam mensagens de consenso, mas nenhum se iguala em carisma, paixão e verborragia à atual chefe de Estado. Cristina Kirchner, impedida por lei de disputar um terceiro mandato consecutivo, deixa a Casa Rosada com quase 50% de aprovação após dois mandatos, o primeiro iniciado em 2007.
Índice
A inflação, em dois dígitos desde 2008 e que superou 20% nos últimos quatro anos, não foi comentada pelos presidenciáveis e não parece determinante no momento do voto. A Argentina é o país com a segunda maior alta de preços na região, atrás apenas da Venezuela, mas com uma diferença considerável.
O índice de desemprego na Argentina é de 6,6%, de acordo com os números oficiais. Analistas concordam que existe uma percepção de que “o futuro será melhor que o presente”, mesmo em um cenário macroeconômico difícil, com um peso sobrevalorizado, restrições cambiais e uma economia estagnada.