Sábado, 25 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de dezembro de 2015
O entusiasmo pelo fim do ciclo kirchnerista deu lugar a uma verdadeira lua de mel entre o presidente Mauricio Macri e setores do empresariado, do sindicalismo, da imprensa e do Judiciário na Argentina. A onda de otimismo fez com que jornais publicassem matérias e colunas de opinião simpáticas ao novo presidente, sindicatos dessem mais tempo para suas reivindicações e empresários ficassem eufóricos com os recém-anunciados fim das travas comerciais e do cerco ao dólar.
Nem a desvalorização do peso, provocada por uma alta de 40% do dólar nesta semana, azedou o humor geral, embora a disparada muito provavelmente chegue aos preços ao consumidor. “Estamos em Carnaval até fevereiro”, brincou o economista Miguel Kiguel, ao se referir ao fim dos controles à compra de dólares. “Muitos aumentos já foram feitos, e os preços de hoje já refletem esse novo dólar. Nos próximos dias, pode ser que as pessoas se convençam de que não vale a pena comprar dólares e até vendam, o que fará a cotação baixar.” Para Héctor D’Amico, secretário de redação do jornal La Nación, “é uma tradição argentina que o candidato vencedor sempre receba mais elogios do que merece. (…) Não é o correto, mas é parte da cultura local. Tende a durar uns cem dias”. (Sylvia Colombo e Mariana Carneiro/Folhapress)