Sábado, 11 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2015
A Justiça argentina vai acusar do crime de redução a condição análoga a de escravo um homem que manteve por anos a mulher e um filho autista em uma cela montada em sua casa, no balneário de Mar del Plata. “É uma história de terror. Entrar na casa foi constatar uma verdadeira loucura”, disse a fonte, que não quis ser identificada, na cidade cujas praias são a maior atração, localizada a 400 quilômetros de Buenos Aires.
Uma denúncia familiar levou os investigadores a descobrir que Eduardo Oviedo, um ex-pedreiro de 66 anos, mantinha presos em casa, no bairro Las Dalias, a mulher, 61, com problemas psiquiáticos, e um filho autista de 32 anos. Oviedo montou nos fundos de sua humilde casa uma cela de madeira, tijolos e barrotes. A cena encontrada pela polícia era macabra.
Havia, no chão de terra do local, bolsas com material fecal, seringas usadas, vasilhas com gasolina e comida para cachorro. Suspeita-se de que o filho era alimentado com esta comida. Ele apresenta graves traumas psicológicos. Quando não conseguia dormir na cela clandestina, o pai o obrigava a aspirar gasolina, que o acalmava, indicaram os investigadores.
Prisão perpétua.
Outros filhos de Oviedo, que moram no bairro, tinham medo das ameaças do pai e permaneceram calados, até que decidiram denunciá-lo. Ainda se investiga quantos anos durou o cativeiro, mas . Uma de suas noras declarou à polícia que ele era “uma pessoa violenta, que agredia e ameaçava”, segundo as fontes. “Apareceu uma vez com um machado na mão quando pedimos que ele desse banho na mulher e no filho”, contou a nora aos investigadores.
A Justiça vai acusar Oviedo de sequestro e redução a condição análoga a de escravo, com penas de 15 anos de prisão. Mas devido aos agravantes, a punição poderá chegar à prisão perpétua, segundo as fontes. Ambas as vítimas permanecem internadas. No chão da cela improvisada foram encontrados cadeados, correntes e cordas, que, supostamente, eram usados para manter as vítimas presas.
Oviedo está detido na prisão estatal de Batán, nos arredores de Mar del Plata, conhecida como “A cidade feliz” e cuja população, de 600 mil pessoas, aumenta para mais de 2 milhões na alta temporada. Oviedo não ofereceu resistência durante a prisão, e negou as acusações. Ele será submetido a uma avaliação psiquiátrica. (AG)