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AS APARÊNCIAS ENGANAM

Sugestão para o próximo final de semana: o livro “Um país sem excelências e mordomias”. A autora, jornalista brasileira Claudia Wallin, conduz uma visita à Suécia, uma das democracias mais ricas do mundo, em que os políticos ganham pouco, andam de ônibus, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como você.

Eleito o melhor ministro de Finanças da Europa pelo jornal inglês Financial Times, Anders Borg mora em um apartamento de 25 metros quadrados. Deputados espremem-se em exíguos 18 metros quadrados. Não têm direito a nenhum luxo, mesmo vivendo numa das nações mais ricas do mundo. Não aumentam os próprios salários, não possuem carro oficial, motorista ou um cortejo de assessores. Andam de metrô, ônibus, bicicleta ou a pé. Correm o sério risco de caírem em desgraça, se usarem táxi sem necessidade ou simplesmente por comprarem uma barra de chocolate com o cartão corporativo. Políticos vivem em casas simples. Tudo isto parece fantasia para nós, brasileiros, mas é a realidade dos suecos.

PARA COMPARAR

O site www.contasabertas.com.br, em março deste ano, publicou sobre as despesas em Brasília:

“A Câmara dos Deputados e o Senado, em 2015, devem gastar juntos, 9 bilhões e 300 milhões de reais, o equivalente a 25 milhões e 400 mil por dia, ou pouco mais de 1 milhão por hora. A maior parcela é para a Casa dos Deputados, que contará com orçamento de 5 bilhões e 400 milhões. Já o Senado tem 3 bilhões e 900 milhões autorizados para despesas.

Em 2014, o orçamento autorizado para as duas Casas foi de 8 bilhões e 700 milhões, isto é, 24 milhões por dia.

Além dos salários dos parlamentares, os dispêndios com pessoal e encargos incluem o pagamento de 18 mil e 700 servidores efetivos e comissionados da Câmara e outros 9 mil e 300 do Senado. Os 7 bilhões e 500 milhões destinados para esse grupo de despesa representam 80,8 por cento do orçamento do Congresso neste ano.”

Se as duas informações forem lidas em algum país distante da Ásia, as aparências poderão enganar, dando a impressão de que a Suécia é um país pobre e o Brasil, muito rico.

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