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Mundo As cenas de separação de famílias ecoam passagens vergonhosas dos Estados Unidos

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Jovens imigrantes em acampamento usado para abrigá-los em Tornillo, no Texas. (Foto: Reprodução)

As críticas à política de separação de crianças de suas famílias na fronteira dos EUA com o México, colocada em prática pelo governo Trump desde o início de maio deste ano, atingiram seu ponto máximo nesta quarta-feira (20), antes que o presidente republicano voltasse atrás e anunciasse a assinatura de uma ordem executiva, uma espécie de decreto presidencial, para manter as famílias unidas. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

As notícias publicadas na noite de terça-feira (19) e nesta quarta-feira por agências e jornais dos EUA sobre locais para onde têm sido levados bebês a partir de três meses até crianças de menos de cinco anos chocaram um país em que abrigar crianças em orfanatos e outros ambientes institucionais não é política de Estado há muitas décadas.

Além disso, as cenas de crianças e famílias atrás de cercas de arame ou em gaiolas ecoaram passagens vergonhosas da história do país.

Crianças que são separadas de suas famílias por qualquer razão nos Estados Unidos moram normalmente com famílias voluntárias, e não em orfanatos ou instituições.

Os dados mais recentes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, de 2016, mostram que só 7% das mais de 427 mil crianças sob tutela do Estado viviam em instituições; as demais vivem em ambientes familiares.

Especialistas sabem há décadas que crianças que moram em instituições podem sofrer consequências psicológicas devido à falta de uma ligação estável com um cuidador.

Por isso as melhores práticas em bem-estar infantil ditam que o tempo que os pequenos passam em ambientes institucionais deve ser minimizado. Na falta da família de origem, a criança é acolhida em outro ambiente familiar; e o objetivo é a reunificação com os pais ou outros parentes assim que possível.

As notícias e fotos de crianças chorando, separadas dos pais e vivendo em galpões com camas enfileiradas, são, portanto, algo desconhecido há várias gerações nos EUA, o que pode ajudar a explicar a força da opinião pública contra essa política do governo Trump.

O drama das crianças imigrantes também trouxe à tona memórias de algumas passagens vergonhosas da história dos EUA.

As imagens de crianças atrás de grades ou cercas trazem à mente os campos de concentração dentro dos EUA para os quais foram levados descendentes de japoneses – inclusive muitos que eram cidadãos americanos – durante a 2ª Guerra Mundial. Se nesse caso as famílias normalmente não eram separadas, ainda assim cerca de 30 mil crianças passaram anos vivendo em lugares que eram essencialmente prisões.

Antes, no final do século 19 e começo do século 20, o governo dos EUA também retirou, legalmente, dezenas de milhares de crianças indígenas e negras de seus pais.

No caso dos indígenas, as crianças eram levadas para estudar em escolas do governo ou ligadas a igrejas para que fossem “americanizadas”.

Já as crianças negras eram retiradas de famílias consideradas pobres demais para cuidarem delas e levadas para viver em orfanatos.

Chama a atenção que o componente racial esteja presente em diversos desses episódios – desta vez, são principalmente hispânicos a serem alvos de uma prática cruel que, espera-se, voltará a cair em desuso.

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