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As declarações do ministro da Justiça sobre a polícia do Rio de Janeiro foram “inadequadas” e “temerárias”, dizem procuradores e policiais federais

O ministro da Justiça, Torquato Jardim. (Foto: ABr)

Delegados da Polícia Federal avaliaram que as recentes acusações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, em relação à segurança pública no Rio de Janeiro foram “inadequadas” e “temerosas”. As informações são do blog de Matheus Leitão, do portal de notícias G1.

Para os policiais, a afirmação de Torquato de que o comando da Polícia Militar no Rio decorre de “acerto com deputado estadual e o crime organizado”, feita de forma genérica e sem apresentação de provas, é “temerária”, especialmente se proferida pelo ministro de Justiça.

Os delegados apontaram que não é comum um ministro da Justiça fazer esse tipo de acusação e que seria necessário apontar os envolvidos e circunstanciar a denúncia com fatos e nome dos envolvidos. Os policiais afirmam também que as declarações atrapalham o que tem se buscado recentemente no Rio – uma ação integrada entre vários órgãos contra o crime organizado.

“Um caso como esse você vai lá e opera, pune, investiga, afasta, enfim adota as providências jurídicas e inclusive as políticas cabíveis. Mas tratar da forma genérica não traz nenhum ganho ou avanço estratégico”, explica um dos delegados ouvidos pelo blog.

Para outro integrante da PF, Torquato está sendo pressionado para fazer algumas coisas que não concorda e estaria procurando buscar uma saída do governo Michel Temer. “Seria necessário realizar uma operação da PF e não uma briga política pública”, diz.

Também ouvidos pelo blog, integrantes do Ministério Público Federal definiram as declarações como “muito fortes”, “inconsequentes” e destacaram nunca ter ouvido nada semelhante ao que foi dito por Torquato, de que a escolha dos comandantes da PM acontece em combinação com o crime organizado.

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