Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2020
As empresas farmacêuticas que correm para produzir vacinas contra a covid-19 se comprometeram a apenas liberar os imunizantes quando se mostrarem seguros e eficazes a partir de grandes estudos clínicos, mesmo enfrentando pressão para colocar logo uma versão no mercado, informaram em nota conjunta as companhias AstraZeneca Plc, BioNTech SE, GlaxoSmithKline Plc, Johnson & Johnson, Merck & Co., Moderna Inc., Novavax Inc., Pfizer Inc. e Sanofi.
“Em termos de saúde pública, nos comprometemos a sempre fazer da segurança e do bem-estar das pessoas vacinadas nossa principal prioridade”, escreveram os executivos.
O documento pretende diminuir a percepção da opinião pública de que a pressão política para liberar a vacina o mais rápido possível pode comprometer a sua segurança. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que ela poderia estar pronta antes da eleição presidencial de novembro e acusou a Food and Drug Aministration (FDA) de retardar seu trabalho para prejudicá-lo politicamente.
A confiança da população em uma vacina será crucial para as autoridades de saúde, que tentam convencer milhões de pessoas saudáveis em todo o mundo a tomá-la. A carta das farmacêuticas também incluiu a promessa de que as empresas trabalhariam para garantir que também existam opções de vacinas “adequadas para acesso global”.
“Acreditamos que essa demonstração é importante para aumentar a confiança do público no rigoroso processo científico e regulatório pelo qual as vacinas contra a covid-19 estão sendo avaliadas”, informa a carta.
Cronograma condensado
Para a atual pandemia, as farmacêuticas condensaram o cronograma de desenvolvimento de suas vacinas, que normalmente levam anos, para alguns meses, com os primeiros resultados de alguns testes antes do final do ano. A Pfizer disse que poderia ter leituras cruciais já em outubro.
As empresas disseram que atenderiam às exigências da FDA (a Anvisa dos Estados Unidos) para estudos com participantes de diversas populações. A Moderna recentemente desacelerou a inscrição de voluntários em seu teste, o que resultou em um atraso de cerca de uma semana, a fim de recrutar pessoas de comunidades minoritárias.
Quaisquer dados que formem a base de uma autorização para uso de emergência de uma vacina devem ser tornados públicos, disse o diretor da Merck, Ken Frazier, na semana passada. “A comunidade científica deve analisar esses dados e garantir ao público que eles foram examinados de forma objetiva”, disse em uma reunião de fabricantes de produtos farmacêuticos.
No Brasil, estão sendo testadas a vacina produzida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, em parceria com a Unifesp. O imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac está sendo testado aqui em parceria com o Instituto Butantan. Já a vacina russa do Instituto Gamaleya deve ser testada em um grupo do Paraná, em acordo com a Tecpar, ainda este ano. A Pfizer, em parceria com a BioNTech, iniciou os testes por aqui em agosto.