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Brasil As empresas estatais brasileiras que são incapazes de gerar receitas para bancar as suas próprias despesas pagam, por mês, um salário médio acima de 13 mil reais para cada um dos seus funcionários

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Para o secretário de Coordenação e Governança, Fernando Soares, os cortes reflem a redução de despesas públicas. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Com injeção de R$ 18,2 bilhões do Tesouro por ano para fechar as contas, as estatais “dependentes” – aquelas incapazes de gerar receitas para bancar suas próprias despesas – pagam salário médio mensal de R$ 13,4 mil para cada um dos funcionários, segundo levantamento do Ministério do Planejamento. Esse valor é seis vezes superior ao rendimento médio dos trabalhadores com carteira assinada do País (R$ 2,2 mil). O gasto por empregado dessas estatais é também maior que o do Executivo federal, que paga em média para cada servidor pouco mais de R$ 10 mil por mês.

Para custear a folha dos 73,6 mil empregados dessas 18 empresas, foram consumidos R$ 12,8 bilhões — 70% de todos os aportes feitos. A IFI (Instituição Fiscal Independente) fez um levantamento mostrando que houve aumento de 11,4% por ano no número de funcionários dessas estatais. Em 2011, eram 40,3 mil empregados contratados. Mesmo em 2016, ano de grave crise econômica, o acréscimo foi de 7,7%. Nas estatais independentes (que têm mais autonomia financeira), grupo em que estão Infraero e Correios, por exemplo, o número de funcionários passou a cair em 2014.

Na lista das estatais dependentes do Orçamento da União estão a Valec, que cuida de ferrovias e que teve ex-diretores envolvidos em desvios em obras, a Ceitec, que fabrica chips para identificação de veículos e “brincos” eletrônicos para rastreamento de animais, e a EBL, criada no governo Dilma Rousseff para implantar o projeto fracassado do trem-bala. E há também empresas como a Embrapa, referência em pesquisa agrícola.

Pelo raio X da IFI, o gasto por funcionário divide as estatais dependentes em três grupos: as que pagam salários médios de R$ 8 mil a R$ 12 mil (estatais da área de saúde e EBC, da área de comunicação), as com pagamento entre R$ 13 mil e R$ 17 mil (Valec e Codevasf, que cuida de ações de desenvolvimento para o Vale do São Francisco) e as com remuneração que variam entre R$ 19 mil e R$ 22 mil (casos da Embrapa e da EPE, da área energética).

Para o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Ribeiro Soares, a existência de estatais dependentes se justifica quando elas prestam uma política pública para a sociedade. “Porém, é preciso que essa política pública tenha efetividade de fato”, disse. “Além disso, não é por que a estatal depende de recursos públicos que não pode buscar redução de seus custos, aumento da produtividade e, em alguns casos, até mesmo a saída da situação de dependência.”

Prestação de contas

Diante de custos tão elevados, o consultor econômico Raul Velloso defendeu a realização de uma avaliação profunda sobre os resultados que essas empresas entregam ao País. “É preciso demonstrar que elas estão de fato entregando algum resultado para a população e qual o resultado da ação delas, do que produzem e dos serviços que prestam”, disse. “Seria uma prestação de contas à sociedade.”

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, antes de entrar em vigor a regra eleitoral que restringe comunicações oficiais, Soares, do Planejamento, também defendeu uma discussão sobre a entrega de resultados e a necessidade de se manter ou não estatais, autarquias e fundações. “Não se pode interditar o debate da privatização e da liquidação. Isso tem de estar na ordem do dia, sempre avaliando a entrega de valor à sociedade”, disse. “Se há valor, ótimo. Vamos trazer eficiência, reduzir custos e trazer a situação orçamentária e fiscal dessa empresa para a realidade. Se não, temos de discutir a possibilidade de encerrá-la.” No fim de junho, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu uma liminar que impede a privatização de estatais sem o aval do Congresso Nacional.

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