Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2020
Realizadas todos os sábados no Parque da Redenção, em Porto Alegre, a Fae (Feira dos Agricultores Ecologistas) e FEBF (Feira Ecológica do Bom Fim) deixarão de entregar produtos em sacolas plásticas a partir deste fim de semana. Conforme os organizadores, será incentivado o uso de bolsas retornáveis. “Começamos o ano dando mais um passo na direção da responsabilidade ambiental”, ressalta o texto de divulgação.
De acordo com os assessores de comunicação Anahi Fros (FEBF) e Elson Schroeder (Fae), a cada ano eram distribuídas mais de 2 milhões de embalagens plásticas nesses dois eventos, autoproclamados como a maior feira orgânica a céu aberto na América Latina. “A medida é a sequência de uma autocrítica feita pelos coletivos após identificarem dificuldades no fim do ciclo das suas logísticas”, ressaltam.
Ainda segundo eles, há grande cuidado com todo o ecossistema na produção dos alimentos, comercializado diretamente pelos produtores e livres de agrotóxicos, de forma ambiental e socialmente correta: “Ainda faltava dar a devida atenção ao processo de descarte dos resíduos gerados na comercialização”.
Em outubro de 2018, a Fae iniciou uma ação que incentivava o consumidor parceiro que já estava sensibilizado a levar sua sacola retornável para a feira. Já em fevereiro no ano seguinte, desta vez em parceria com a FEBF, foi instituído o “Sábado Sem Sacolas Plásticas” – quando não eram distribuídas sacolinhas no último final de semana de cada mês.
Tudo isso aliado a campanhas de conscientização e reflexão sobre do impacto humano no meio ambiente, na lógica da máxima ambientalista do “pense globalmente, aja localmente”.
Anahí e Elson ressaltam que o resultado foi extremamente positivo: até agora, mesmo nos sábados com distribuição de sacolas plásticas, já se observa que aproximadamente 70% dos cerca de 15 mil consumidores traziam de casa as suas bolsas retornáveis: “Foi justamente esta demonstração de maturidade dos clientes que levou as feiras a decidirem retirar das 138 bancas a versão plástica”.
Outras ações
Outras medidas para gestão de resíduos já estão em planejamento pelos responsáveis pelas feiras, prevendo adoção gradual. Isso deve incluir a eliminação de outras embalagens, bem como de copos plásticos, além de uma melhor destinação para o lixo não orgânico.
Para tanto, vem sendo feitas conversas com voluntárias do movimento Lixo Zero Brasil – estudantes de cursos superiores que estão levando esta problemática para discutir nas salas de aulas e parcerias com projetos sociais que trabalham com reciclagem. A FEBF e a Fae ressaltam, ainda:
– As feiras ecológicas da Redenção fecharam dezembro deixando de colocar no ambiente 328 mil sacolinhas, quase 11% a mais que a meta inicial traçada em maio, mês de início da campanha “Sábado Sem Sacola Plástica”. Em um ano, antes da ação, eram distribuídas mais de 2 milhões de sacolas de plástico.
– Produzido com derivados do petróleo, o resíduo plástico pode levar até 400 anos para se decompor na natureza. Se nenhuma atitude for tomada sobre isso, a previsão é de que, em 30 anos, haverá mais plásticos que peixes nos oceanos.
(Marcello Campos)