Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2015
A infertilidade masculina é tão recorrente quanto a feminina: em torno de 30% para cada grupo, sendo os 40% restantes devido a algum motivo em comum do casal ou às chamadas infertilidades sem causa aparente. Durante muito tempo, os problemas relacionados à concepção foram atribuídos exclusivamente às mulheres e só recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. A verdade é que o homem está com a produção de espermatozoide diferente de tempos atrás.
Como possíveis causas estão problemas genéticos ou doenças como a varicocele. As varizes nos testículos respondem por 40% dos casos de infertilidade primária e por 80% de secundária (em que o homem não consegue gerar um segundo filho). As veias dilatadas represam o sangue, aumentam a temperatura do testículo e bloqueiam o fluxo de sangue ideal para a formação de espermatozoides saudáveis. A varicocele também reduz os níveis de testosterona.
Além disso, a ciência desmascarou novos vilões – no fundo, velhos conhecidos – ligados ao estilo de vida. Confira a seguir as quatro principais causas da infertilidade masculina.
Profissões de risco.
Como situação de risco à fertilidade masculina, é possível citar, por exemplo, profissionais que convivem em ambientes com alto nível de estresse como a bolsa de valores; ou os atletas que precisam comprovar alto desempenho pela atividade física excessiva; os pintores, que ficam expostos diariamente a vapores tóxicos.
Funcionários que trabalham com metais pesados provenientes da produção industrial; os atuantes nas indústrias química e nuclear que lidam com a radiação ionizante; os agropecuaristas, que tratam com agrotóxicos, pesticidas e hormônios presentes na alimentação do gado e do frango; pessoas que manuseiam fornos, devido ao convívio em ambiente com altas temperaturas; e até mergulhadores de elevada profundidade, devido à temperatura e pressão.
Falta de hábitos saudáveis.
O tabagismo pode comprometer a motilidade dos espermatozoides. O álcool em excesso produz alterações na esteroidogênese – produção de hormônios –, o que leva à diminuição da concentração de espermatozoides. Drogas ilícitas como maconha e cocaína também têm ação prejudicial sobre a espermatogênese.
Além disso, o uso frequente de notebooks no colo pode provocar o aumento da temperatura dos testículos e produzir efeito negativo nos padrões seminais.
Azoospermia.
Cerca de 20% dos homens inférteis são azoospérmicos. A azoospermia (ausência total de espermatozoides na ejaculação) é uma situação que aparece quando existe um distúrbio grave de produção nos testículos ou de um processo obstrutivo no sistema de drenagem dos espermatozoides (exemplo: ausência dos vasos deferentes ou vasectomia). A ausência de frutose (um açúcar produzido pelas vesículas seminais) no sêmen pode indicar um processo obstrutivo.
Infecções.
Outra causa comum de infertilidade são infecções. As mais conhecidas são a clamídia e a gonorreia, que comprometem o sistema reprodutivo dos homens e são transmitidas sexualmente. Atingem a uretra e podem afetar testículos e próstata.
Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais.