Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de dezembro de 2017
O que aconteceu com toda a água que outrora preenchia lagos e oceanos em Marte? Boa parte, sugeriram pesquisadores, pode estar presa em rochas. As informações são da agência de notícias AFP.
Estudos anteriores concluíram que a água foi varrida para o espaço por potentes ventos solares quando o campo magnético do planeta entrou em colapso, enquanto uma parte foi capturada no gelo sob a superfície.
Mas essa teoria não explicava toda a água que estava faltando no planeta.
Para tentar rastrear o resto, uma equipe internacional de pesquisadores colocou o modelo científico à prova.
“Os resultados revelaram que as rochas de basalto em Marte podem conter aproximadamente 25% mais de água do que as da Terra e, como resultado, estas puxaram a água da superfície marciana para o seu interior”, destacou uma declaração da Universidade de Oxford.
Desagregação química
Os cientistas que participaram do estudo publicaram um artigo na revista “Nature”. Segundo o coautor Jon Wade, a desagregação química e as reações hidrotermais podem mudar minerais em rochas na Terra, de secos a permeáveis à água.
Composição diferente
Mas as rochas marcianas fazem isso muito melhor devido a uma composição diferente.
Essas rochas teriam reagido com a água superficial de Marte, bloqueando parte dela em sua estrutura mineral, disse Wade em um e-mail.
Rochas permeáveis
“Não é mais líquida, mas fisicamente ligada ao mineral”, afirmou, o que significa que a única maneira de liberar a água seria derretendo a rocha.
Em uma Terra recém-nascida, as rochas permeáveis formadas de uma maneira semelhante teriam flutuado na superfície super-quente do planeta até derreteram, liberando água de volta à superfície, como fizeram.
Água presa
Mas em Marte, nem todas as rochas teriam derretido, e parte da água teria permanecido presa nas rochas que afundavam direto para o manto.
“Marte estava condenada pela sua geoquímica!”, disse Wade.
A água líquida é um pré-requisito para a vida como a conhecemos. E apesar do vizinho da Terra estar seco e empoeirado hoje, acredita-se que já foi um planeta molhado.
Oceano
Em 2015, a Nasa (agência espacial norte-americana) disse que quase metade do hemisfério norte de Marte já havia sido um oceano, atingindo profundidades superiores a 1,6 quilômetro.
Mais tarde naquele ano, um estudo anunciou a descoberta de “água” remanescente no planeta, na forma de fluxos de salmoura.
Oxigênio
A Nasa pretende enviar a Marte uma sonda capaz de produzir oxigênio. A agência espacial americana anunciou, em setembro, sete instrumentos que devem ser colocados em um robô que será enviado ao planeta vermelho em 2020. Com custo estimado em 1,9 bilhões de dólares, a sonda será capaz de transformar o dióxido de carbono presente na atmosfera do planeta em oxigênio, para servir tanto à respiração humana como à produção de combustível de foguetes.
De acordo com a Nasa, a missão de 2020 vai ajudar a descobrir meios de exploração dos recursos naturais disponíveis na superfície do planeta. Os sete instrumentos da nova sonda foram escolhidos dentre 58 propostas recebidas do mundo todo pela Nasa. A previsão é de que o robô pouse no planeta vermelho em fevereiro de 2021.