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Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2019
Uma iniciativa desenvolvida em conjunto pela Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural) e outras 23 instituições deve ampliar o o combate à expansão dos javalis no Rio Grande do Sul. Trata-se do primeiro Plano Estadual de Prevenção, Controle e Monitoramento da espécie exótica e invasora “Sus scrofa”, uma das que mais causam danos à fauna e flora gaúchas.
Trazido da Europa no início do século 20, o animal hoje se prolifera e expande rapidamente em diversas regiões do Estado, desencadeando o assoreamento de corpos d’água e processos de erosão do solo. Representa, ainda, graves riscos sanitários à atividade pecuária, sobretudo a criação de porcos domésticos, ao serem vetores para a transmissão de vírus e infecções.
A vigilância constante desta espécie se dá porque o Estado tem área livre de PSC (Peste Suína Clássica) reconhecida desde 2015 pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Instituído por uma portaria da Sema, o Plano Javali-RS começou a ser desenvolvido no Rio Grande do Sul em 2017, envolvendo universidades, órgão públicos, instituições privadas e da sociedade civil. A iniciativa tem vigência até janeiro de 2023, sob coordenação do órgão.
Capacitação
A Seapdr participou da elaboração do plano e desenvolve diversas ações, como vigilância sanitária por meio da coleta de amostras (sangue total ou soro), normatização do transporte de carcaças e monitoramento das áreas de maior incidência. Também oferece o curso “Monitoramento e Vigilância Sanitária de Suídeos Asselvajados”. Conforme o titular da pasta, Covatti Filho, já foram treinados 750 agentes de manejo, aptos a desenvolver as atividades de acordo com a legislação estadual.
Junto com a Sema, a Seapdr faz parte do GAT (Grupo de Assessoramento Técnico), junto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental).
De acordo com Dennis Patrocínio, analista ambiental da Sema e coordenador do programa, essa união de forças contribuirá para o mapeamento das iniciativas de manejo e controle de espécies exóticas invasoras no Estado. “Também permitirá uma tomada de decisões de forma mais assertiva”, sublinha.
(Marcello Campos)