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Política Às vésperas de encontro com Trump, Lula volta a criticar o uso do dólar

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Lula voltou a defender o comércio entre países com moedas próprias, sem uso do dólar. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Às vésperas de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, Lula criticou nessa quinta-feira (23), em visita à Indonésia, o protecionismo e voltou a defender o comércio entre países com moedas próprias, sem uso do dólar.

O tema incomoda Trump – o americano chegou a ameaçar países do Brics com taxas se forem adiante com a ideia de abandonar o dólar como moeda de referência em trocas comerciais – e é um dos pontos que está sobre a mesa na negociação do Brasil com os EUA.

Ao discursar na visita oficial a Jacarta, escala da viagem a caminho da Malásia, Lula voltou a defender o comércio entre países sem o uso do dólar. Ao ser recebido pelo presidente indonésio, Prabowo Subianto, o petista fez referência a moedas nacionais nesse tipo de transação quando defendia ampliação do comércio entre a Indonésia e o Mercosul.

“Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo”, afirmou Lula. “Indonésia e Brasil não querem uma segunda Guerra Fria. Nós queremos comércio livre. E, mais ainda: tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois ser com as nossas moedas. Essa é uma coisa que nós precisamos mudar.”

A declaração foi feita na manhã dessa quinta-feira na capital da Indonésia, ainda madrugada no Brasil. Os dois presidentes assinaram uma série de memorandos e acordos de cooperação em várias áreas.

Lula afirmou que a liberdade de os dois países poderem usar as próprias moedas nas relações comerciais é algo que já devia ter acontecido. E defendeu mudanças nas transações comerciais para eliminar dependência de outros países.

“O século XXI exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século XX. Exige que a gente mude alguma forma de agir comercialmente para não ficarmos dependentes de ninguém”, argumentou, defendendo maior integração comercial entre Brasil e Indonésia. “É quase inexplicável, para as nossas sociedades, como é que dois países importantes no mundo, como Indonésia e Brasil, com quase 500 milhões de habitantes, só tenham um comércio de US$ 6 bilhões. É pouco.”

De acordo com o Planalto, a Indonésia foi o quinto destino das exportações do agronegócio brasileiro em 2024. Prabowo respondeu que o comércio entre os dois países tem potencial de chegar a US$ 20 bilhões nos próximos anos. Ele reafirmou a parceria “estratégica e sinérgica entre países complementares e integrantes do G20 (grupo das maiores economias mundiais) e do Brics, mas não mencionou a questão do dólar como moeda de referência em transações comerciais.

O presidente dos EUA já indicou que vê o Brics – grupo de economias emergentes do qual fazem parte originalmente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que recentemente recebeu a adesão de outras sete nações, entre elas a Indonésia — como uma ameaça.

Um dos principais motivos citados por Trump neste sentido desde que voltou à Casa Branca, em janeiro, é o fato de o grupo de países ter planos de substituir o dólar em transações comerciais por moedas nacionais ou algum tipo de moeda comum ou sistema de pagamentos alternativo à moeda americana.

Essa ideia foi defendida pelo presidente Lula, em julho, na cúpula do Brics no Rio. Logo após o encontro, Trump ameaçou elevar tarifas comerciais sobre produtos de países do bloco exportados para os EUA como forma de retaliação se as nações levassem adiante a ideia de abandonar o dólar como moeda de referência global, condição que dá aos EUA uma vantagem econômicas sobre outros países na condição de emissor da divisa.

Pouco depois da cúpula do Brics, Trump afirmou que, se os EUA permitirem que o dólar perca seu status de reserva internacional, “seria como perder uma guerra mundial”: “Não podemos jamais deixar alguém jogar com isso. Foi por isso que, quando eu ouvi esse grupo do Brics, bati neles muito, muito forte.”

O Brics é um bloco de 12 países fundado em 2010 e inicialmente integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Posteriormente entraram no grupo Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Indonésia. As informações são do jornal O Globo.

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