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Por Redação O Sul | 3 de março de 2018
Conhecido como Macarrão, Luiz Henrique Ferreira Romão, 32 anos, disse que participou do crime envolvendo a morte da modelo Eliza Samudio, em 2010, por ganância. “Infelizmente não tem como voltar atrás. Porque, se pudesse voltar atrás, eu voltaria. […] Acho que qualquer ser humano tem que ter uma segunda chance.”
A declaração foi feita na primeira entrevista de Macarrão concedida após deixar o Complexo Penitenciário Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas, em Minas Gerais. Após oito anos da condenação, ele agora cumpre o restante da pena em regime aberto domiciliar.
“Quero deixar bem claro que as pessoas que me conheceram no passado, que me conhecem hoje, sabem que eu não sou um criminoso. Infelizmente, eu tive envolvimento num crime. A vida que eu tinha que me trouxe a ganância. O que me levou a isso foi a ganância”, disse.
Progressão da pena
Macarrão conseguiu da Justiça autorização para cumprir a pena em regime aberto domiciliar. A saída da penitenciária era esperada para o mesmo dia, mas um erro no sistema de informação do judiciário fez com que constasse a existência em aberto de um mandado de prisão já cumprido contra Macarrão.
Segundo decisão judicial, a alternativa do regime aberto domiciliar foi concedida porque não existe um albergue em Pará de Minas para que a sentença seja cumprida de outra forma.
Luiz Henrique Ferreira Romão foi condenado em novembro de 2012 a 15 anos de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, a modelo Eliza Samudio – e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado.
A Justiça considerou que ele agiu junto com o goleiro Bruno Fernandes, com quem Eliza Samudio teve um filho. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade. O jogador foi condenado pelo crime em março de 2013.
Em 2016, Macarrão obteve progressão da pena para o regime semiaberto e como a penitenciária onde estava, a Nelson Hungria, em Contagem, só aceitava o fechado, a defesa pediu a transferência dele para uma cidade do interior de Minas. Na época, foi alegado que ele tinha parentes em Pará de Minas.
Recomeço
Ao deixar a unidade prisional, Macarrão disse que passaria a noite na casa de parentes. Na cidade mineira, ele trabalha em uma igreja evangélica e faz um curso profissionalizante.
Um dia antes do cumprimento do alvará, na quinta-feira, Macarrão havia falado ao MGTV que a amizade com o goleiro Bruno havia terminado. Ele também disse que não manteve a amizade com Bruno Fernandes durante a prisão.
“Desejo tudo de bom para o Bruno. Que Deus abençoe ele sempre, mas ele segue a vida dele lá e eu venho seguindo minha vida aqui”, afirmou.