Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2024
O caso ocorreu em outubro de 2022.
Foto: Divulgação/CMRJUma assessora do vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro solicitou a uma assessora do então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, informações sobre inquéritos contra familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso ocorreu em outubro de 2022.
A informação consta da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que embasa a operação deflagrada nesta segunda-feira (29) pela Polícia Federal (PF).
Nas mensagens, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, a assessora de Carlos Bolsonaro, diz a Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, que está precisando muito de uma ajuda e envia dois números de inquéritos que, segundo a mensagem, envolvem o ex-presidente da República e três de seus filhos.
Em 11 de outubro de 2022, Luciana escreveu:
– “Bom diaaaaa Tudo bem?
– Estou precisando muito de uma ajuda”
Na sequência, envia a seguinte mensagem:
–”Delegada PF: Dra. ISABELA MUNIZ FERREIRA – Delegacia da PF Inquéritos Especiais
– Inquéritos: 73.830/73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos)
– Escrivão: Henry Basílio Moura”
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o pedido de ajuda se referia a investigações que envolveriam o então presidente, identificado, na mensagem, como PR (Presidente da República), e filhos dele.
Além desse episódio, as investigações apontam que, em fevereiro de 2020, Ramagem imprimiu informações de inquéritos eleitorais da PF que tinham como alvo políticos do Rio de Janeiro, base política da família Bolsonaro.
Segundo o ministro do STF, as provas colhidas pela Polícia Federal mostram que os suspeitos usaram a Abin contra adversários e para “‘fiscalizar’ indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos”.
A operação desta segunda é um desdobramento da realizada na quinta-feira (25), que teve como alvo Alexandre Ramagem, um amigo próximo da família Bolsonaro que foi chefe da Abin entre julho de 2019 a março de 2022 quando deixou o posto para se candidatar a deputado federal, posteriormente eleito. Ambas as operações foram autorizadas por Moraes.
Segundo o ministro do Supremo, Carlos Bolsonaro e as assessoras Luciana Paula Garcia da Silva Almeida e Priscilla Pereira e Silva eram integrantes do “núcleo político” que, em conjunto com funcionários públicos sob o comando de Ramagem, “monitorou indevidamente ‘inimigos políticos’ e buscou informações acerca da existência de investigações relacionadas aos filhos” de Bolsonaro durante o mandato do ex-presidente.
Na decisão, Alexandre de Moraes afirmou ainda que as “provas indicam”, de forma “significativa”, a existência de uma “organização criminosa infiltrada na Abin” e que, segundo a PF, esse grupo uma célula de um grupo ainda maior, que tinha por tarefa realizar “contrainteligência de Estado”.