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Por Redação O Sul | 25 de maio de 2018
As bases e terminais das distribuidoras de combustíveis estão prontas para retomar o abastecimento ao mercado, tão logo as vias sejam liberadas e a segurança das operações esteja garantida, afirmou nessa sexta-feira, em nota, a Plural, associação que representa as distribuidoras.
“O abastecimento pleno do mercado, no entanto, é um processo que ainda levará alguns dias para ser normalizado. Bases de Caxias, Suape, Betim, Canoas e São Caetano estão saindo com as carretas escoltadas”, frisou a entidade.
A associação comentou, ainda, que os protestos iniciados na última segunda-feira comprometeram o abastecimento de combustíveis e lubrificantes a aeroportos, serviços essenciais (transporte público, polícia, bombeiros, ambulâncias), postos de serviços, indústrias e comércio, atingindo toda a economia nacional.
“As associadas vêm adotando medidas judiciais cabíveis e solicitando apoio às autoridades competentes para garantir o livre trânsito dos caminhões”, prosseguiu o comunicado.
Governo
No início da noite dessa sexta-feira, após o governo anunciar medidas mais fortes para liberar as rodovias, o ministro do GDI (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchegoyen, afirmou que o governo espera alcançar rapidamente a normalização do abastecimento no País, prejudicado pelos protestos, uma vez que, segundo ele, está caindo a taxa de interdições nas rodovias por caminhoneiros.
Mais cedo, a AGU (Advocacia-Geral da União) obteve uma liminar junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para o desbloqueio imediato de estradas com o uso da PRF (Polícia Rodoviária Federal), da Força Nacional de Segurança e das PMs (Polícias Militares).
O governo federal acredita em um arrefecimento dos protestos e bloqueios nas estradas de todo País por parte dos caminhoneiros e aposta na retomada do abastecimento de itens críticos como combustíveis e medicamentos, mas ao mesmo tempo adotou medidas duras, como o uso das Forças Armadas.
Em coletiva na noite desta sexta-feira, ministros que integram um grupo de monitoramento do assunto afirmaram ter dados que comprovam a desmobilização parcial de caminhoneiros, ainda que admitam que a liberação das rodovias não têm ocorrido com a velocidade que esperavam após o acordo selado na véspera com representantes da categoria.
Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informações colhidas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e órgãos de inteligência ligados ao GSI apontam que as interdições restantes são parciais.
“O nosso entendimento, com dados objetivos e são dados absolutamente críveis, é que há de fato um declínio em termos de movimento e as interdições que existem são parciais”, disse Jungmann a jornalistas. Segundo as autoridades, de um pico de 938 bloqueios, 419 já foram dissolvidos, enquanto 519 persistem.
Na visão do governo, muitos dos que protestam não se sentem representados pelas lideranças que sentaram para negociar e discordam do que foi acertado, por entenderem que poderiam ter outras demandas atendidas.
Ainda assim, mesmo diante da resistência de boa parte dos caminhoneiros, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, garantiu que o governo cumprirá sua parte do acordo que envolve, dentre outros pontos, a isenção da Cide sobre o óleo diesel e prevê o congelamento do preço do combustível nos níveis anunciados pela Petrobras nesta semana por 30 dias.
Em troca, os representantes dos caminhoneiros consultariam a categoria para suspender a greve por 15 dias. “O acordo está mantido”, assegurou Marun. “Não há negociação, mas há diálogo”, acrescentou, logo após Padilha afirmar que da parte do governo a negociação “está encerrada”.
Segundo o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, dentre as prioridades estabelecidas pelo governo está a liberação das refinarias: “Já começou hoje à tarde. Tão logo assinou o decreto, já tinha tropa na refinaria de Duque de Caxias (RJ) em condições de desobstruir. E foi feito isso hoje”.
Além disso, o ministro mencionou que 11 aeroportos foram listados como prioridade para garantir o acesso de caminhões com combustíveis para aeronaves. Ele citou, entre eles, os terminais de Salvador (BA) e Brasília (DF).
O ministro disse que as Forças Armadas não imaginam que haverá confronto para executar as ações de liberação das estradas e das cargas: “A ação não é contra os caminhoneiros, é para permitir o trânsito, o direito de ir e vir e o abastecimento”. Também houve ações para liberar o tráfego no Porto de Santos.