Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2018
A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular lançou campanha nacional para alertar sobre os riscos de se submeter à escleroterapia, um tratamento comum contra varizes, sem o devido acompanhamento médico. De acordo com o diretor da associação e cirurgião vascular Francesco Botelho, muitas pessoas procuram profissionais não médicos para fazer o tratamento, popularmente conhecida como “aplicação”.
Ao buscar profissionais que não sejam médicos para tratar a doença, o paciente “corre risco de sofrer consequências sérias”, segundo o médico. “Pode haver complicações, que variam desde a insatisfação estética com o resultado até ameaça à integridade física, trombose, embolia pulmonar, gangrena, infecções e reações alérgicas graves”.
O médico disse ainda que mesmo antes de se submeter ao tratamento, é importante passar por uma avaliação médica, porque apenas o especialista pode indicar o procedimento adequado, depois de fazer um diagnóstico correto do grau da doença. Há situações em que é necessário um procedimento cirúrgico para resolver o problema.
De acordo com a sociedade, 35,5% da população brasileira têm varizes, uma doença que pode gerar complicações como trombose, úlceras, dores e inchaço.
A campanha também está alertando para outro tipo de tratamento, chamado de ozonioterapia, que usa ozônio para lidar com as varizes. De acordo com a associação médica, não há qualquer embasamento científico sobre a eficácia ou segurança desse tipo de tratamento e o Conselho Federal de Medicina, inclusive, já emitiu nota de repúdio ao projeto de lei que autoriza a ozonioterapia.
Risco das tatuagens
Para quem tem tendência ou histórico de varizes é necessário tomar cuidado ao tatuar as pernas, alerta a angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Quando as varizes surgem sob as tatuagens, a médica diz que a tinta aplicada na pele pode dificultar que alguns tratamentos vasculares sejam realizados de forma adequada como, por exemplo, a cirurgia, a aplicação de medicamentos e o uso do laser. “Além disso, existe também o risco de o corte ou a irradiação de luz na pele danificarem o desenho”, complementa a especialista.
O problema é ainda maior quando o paciente tem varizes e recorre às tatuagens para cobri-las.
Isso porque o ato de tatuar pode acabar lesionando o vaso, levando a sangramentos e inflamações, principalmente em veias de grosso calibre, que, por serem muito superficiais, podem gerar flebites.
“A flebite é todo tipo de inflamação da parede das veias, tanto do sistema nervoso superficial, como do profundo. Se não for tratada corretamente, ela pode evoluir para uma in¢amação chamada trombo¢ebite, quando ocorre também a obstrução das veias, e o coágulo sanguíneo pode acabar migrando para o pulmão e provocar embolia pulmonar”, alerta a cirurgiã Dra. Aline Lamaita
Por isso, a médica aponta que o mais indicado é primeiro tratar a condição com um cirurgião vascular e só depois, quando não houver mais restrições, buscar um profissional para tatuar o corpo.