Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2016
Os astronautas do programa espacial Apollo que pisaram na Lua têm índices cinco vezes maiores de morte por problemas cardíacos do que aqueles observados em astronautas que ficaram a bordo de ônibus espaciais. Esta é a conclusão de uma recente pesquisa que cita os perigos da radiação cósmica acima do campo magnético da Terra.
Realizado por cientistas da Nasa (agência espacial americana) e da Universidade do Estado da Flórida (EUA), o estudo descobriu que três astronautas do programa Apollo, incluindo Neil Armstrong, primeira pessoa a andar sobre a Lua, morreram devido a doença cardiovascular. Eles são 43% dos participantes do programa Apollo avaliados. A conclusão tem sérias implicações para futuras viagens humanas para fora da Terra.
A pesquisa publicada pelo periódico Scientific Research foi a primeira a investigar a mortalidade de astronautas do Apollo, que foram as únicas pessoas até hoje a viajar para além de centenas de quilômetros acima da Terra. O estudo conclui que a principal ameaça à saúde dos astronautas são os raios cósmicos, muito mais prevalentes e poderosos fora da bolha magnética que envolve o nosso planeta.
A Nasa contestou os resultados, dizendo que é cedo demais para fazer conclusões sobre o efeito dos raios cósmicos sobre astronautas do Apollo, já que a quantidade de dados é limitada. Mas especialistas veem implicações fortes para os Estados Unidos e outros países com ambições espaciais, assim como para empresas privadas a exemplo da SpaceX, do bilionário Elon Musk, terem essa opinião, pois planejam enviar missões tripuladas a Marte e outros destinos do Sistema Solar nas próximas décadas.
A pesquisa examinou informações sobre a morte de 42 astronautas que foram para o espaço, incluindo sete veteranos do programa Apollo, e 35 astronautas que morreram sem nunca terem saído do planeta.
Os cientistas descobriram que a taxa de mortalidade por motivação cardiovascular em astronautas que foram à Lua é cinco vezes mais alta do que entre aqueles que não foram ao espaço ou do que entre os astronautas que fizeram missões de baixa altitude a bordo de ônibus espaciais que orbitaram a Terra a algumas centenas de quilômetros acima de sua superfície.
Outra pesquisa, que simulou a falta de peso e a exposição à radiação em camundongos, mostrou que a exposição era muito mais ameaçadora para o sistema cardiológico do que outros fatores, disse o pesquisador Michael Delp, principal autor do estudo.