Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2018
Astrônomos acabam de divulgar que identificaram o que acreditam ser o objeto mais distante já conhecido do Sistema Solar. Não à toa, ele foi apelidado de “Farout” (algo como “muito longe”) pela equipe que o descobriu. As pesquisas preliminares sugerem que Farout seja um planeta-anão redondo e com cor rosada em sua superfície. Os cientistas ainda não sabem exatamente o que explica o tom rosa desse pequeno planeta.
Este é o primeiro objeto já encontrado orbitando a mais de cem vezes a distância entre a Terra e o Sol. O novo planeta-anão está a 120 unidades astronômicas do Sol – sendo que uma unidade astronômica é igual à distância entre Terra e Sol, equivalente a 150 milhões de quilômetros.
O Farout bateu o recorde anterior de objeto mais distante do Sistema Solar. O título pertencia a Eris, um planeta-anão que fica a 96 unidades astronômicas de distância.
O achado foi feito por integrantes da União Astronômica Internacional. Eles afirmaram que o planeta-anão foi localizado no mês passado, com a utilização de um telescópio no Havaí. O nome oficial do objeto, pelo menos provisoriamente, é 2018 VG18.
“Esta descoberta é verdadeiramente uma conquista internacional em pesquisas usando telescópios localizados no Havaí e no Chile, operados pelo Japão e também por um consórcio de instituições de pesquisa e universidades dos Estados Unidos”, disse, em um comunicado, Chad Trujillo, um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta.
“Com as novas câmeras digitais em alguns dos maiores telescópios do mundo, estamos finalmente explorando os extremos do nosso Sistema Solar, muito além de Plutão”, acrescentou Trujillo, no comunicado.
Mais de mil anos para dar volta no Sol
Contudo, de acordo com David Tholen, pesquisador da Universidade do Havaí e membro da equipe, “tudo o que se sabe atualmente sobre o 2018 VG18 é sua extrema distância do Sol, seu diâmetro aproximado e sua cor”. Ele também conta que o Farout, por estar muito distante e ter uma órbita muito lenta, provavelmente leva mais de mil anos para fazer uma viagem completa ao redor do Sol.
O pesquisador Scott Sheppard, que estuda pequenos corpos no Sistema Solar no Instituto Carnegie para Ciência, em Washington, capital dos Estados Unidos, considera que os astrônomos podem levar vários anos para determinar a trajetória exata da órbita de Farout. Ele integrou a equipe que fez o achado.
“[O Farout] é muito mais distante e lento do que qualquer outro objeto observado do Sistema Solar, então levará alguns anos para determinar completamente sua órbita”, disse ele, como parte do anúncio da descoberta do planeta-anão. “Mas ele foi encontrado em um local do céu semelhante ao de outros objetos em pontos extremos conhecidos do Sistema Solar, sugerindo que ele pode ter o mesmo tipo de órbita que a maioria deles tem”, afirmou Sheppard.