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Economia Ata do Copom evidencia dificuldades que os bancos centrais no mundo enfrentam desde a escalada tarifária de Trump

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O Copom, por sua vez, elevou na semana passada a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano. (Foto: Reprodução/Copom)

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforça as dificuldades que bancos centrais e agentes econômicos vêm enfrentando desde a escalada tarifária global iniciada pelo presidente americano, Donald Trump.

Na semana passada, o Federal Reserve, o banco central americano, já tinha afirmado que os riscos tanto de maior inflação quanto de maior desemprego tinham aumentado – desdobramentos que exigem respostas diferentes de política monetária. A afirmação foi feita no comunicado divulgado após a reunião em que o Fed manteve, pela terceira vez seguida, a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na entrevista coletiva concedida na sequência que a incerteza econômica estava “extremamente elevada” e que “a coisa certa para fazermos é reconhecer que estamos bem posicionados e esperar por maior clareza”. Outras autoridades monetárias que citaram nas últimas semanas as políticas econômicas de Trump como fontes de incerteza foram as de Japão, Suécia e Noruega. Todas elas mantiveram as suas respectivas taxas básicas de juros inalteradas nesse período.

O Copom, por sua vez, elevou na semana passada a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano, mas por causa de questões internas. “O cenário [no Brasil] segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, disse no comunicado divulgado após a reunião.

Mas, na ata publicada nessa terça-feira, o colegiado do Banco Central (BC) dedica o maior parágrafo do documento para discutir os impactos da escalada tarifária sobre a economia brasileira e, consequentemente, sobre a trajetória prevista para os preços no país. De acordo com o BC, “o choque de tarifas e o choque de incerteza, apesar de todas as tentativas de mensuração, ainda são de impacto bastante incerto”.

“As camadas de incerteza envolvem a própria determinação da política tarifária norte-americana, a resposta tarifária dos demais países à política tarifária norte-americana, a resposta das firmas a tais políticas, com possíveis impactos em cadeias globais de produção, e a resposta dos consumidores às mudanças de preços”, diz.

Esse cenário deixa claros os “dilemas enfrentados pela política monetária norte-americana”, que pode obrigar o Federal Reserve a lidar ao mesmo tempo com “aumento do nível de preços e redução no ritmo de crescimento da atividade”. O que é possível dizer até agora, de acordo com o colegiado do BC, é que a “incerteza [está] muito maior” do que nas reuniões anteriores.

Por isso, “como usual, o Comitê [de Política Monetária] focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”.

A postura é semelhante também à de autoridades da equipe econômica do governo federal, que vinham evitando nas últimas semanas traçar cenários para prazos mais longos justamente por causa das incertezas causadas por Trump. O Boletim Macrofiscal, que será divulgado nos próximos dias pelo Ministério da Fazenda com as novas projeções da pasta para a economia brasileira, poderá trazer novidades nesse sentido.

A trégua tarifária entre Estados e China anunciada ontem, segunda-feira (12), é obviamente uma notícia positiva, que traz maior previsibilidade para o cenário global como um todo. Mas, dadas as idas e vindas do governo americano nos últimos meses, não garante que o trabalho do BC e de outras autoridades monetárias ficará mais fácil. (Opinião do Valor Econômico)

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