Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu partido, o PT, passaram as últimas semanas atacando o Banco Central (BC) e tentando baixar a taxa de juros “no grito”.
Deu tudo errado e a instituição comandada por Roberto Campos Neto emitiu na semana passada duros recados contra a tentativa do Planalto de interferir politicamente na instituição.
Agora que o silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom) passou, Campos Neto vai falar — e não vai falar pouco. Nas próximas semanas, ele deve participar de eventos onde será questionado sobre a tumultuada relação com o Planalto.
No dia 4 de abril, falará aos integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Depois, viajará a Londres para falar a empresários brasileiros e internacionais no Lide Brazil Conference de João Doria.
Exoneração
O diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, foi exonerado do cargo na última sexta-feira (24). A informação foi publicada no “Diário Oficial da União” dessa segunda (27).
O mandato de Fernandes terminou no fim de fevereiro, mas os diretores do Banco Central podem seguir nos postos de modo interino até a nomeação de um substituto. Segundo o Diário Oficial, a exoneração um mês depois foi definida a pedido do próprio diretor.
“Em nome do Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto agradece ao diretor Bruno Fernandes pelos relevantes serviços prestados ao Banco Central e à Diretoria Colegiada”, diz nota divulgada pelo BC.
O blog da jornalista Ana Flor no g1 antecipou que o novo diretor de Política Monetária do BC deve ser Rodolfo Fróes. O nome, no entanto, ainda precisa ser aprovado pelo Senado – e a indicação ainda não foi sequer formalizada.
Em 21 de março, Lula aprovou as indicações que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez para duas diretorias do BC:
O mandato do atual diretor de Fiscalização, Paulo Souza, também terminou em fevereiro. O diretor chegou a manifestar interesse em um novo mandato mas, com a escolha de Haddad, Souza deve permanecer como interino apenas até o fim dos trâmites no Senado.
Na ocasião, assessores de Lula disseram que os anúncios deveriam ocorrer depois da viagem do presidente à China – que estava marcada para este final de semana, mas não ocorreu porque o presidente foi diagnosticado com pneumonia leve.
Para assumirem os cargos de diretores, não basta apenas a indicação do presidente. Os nomes sugeridos devem passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e ser aprovado pelo plenário da Casa.