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Política Até o general Heleno foi monitorado pela “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro por meio do software espião

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Vigilância teria sido feita por meio do software espião FirstMile; defesa do ex-ministro e a agência não quiseram comentar. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Aliado próximo de Jair Bolsonaro, o general da reserva Augusto Heleno foi monitorado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quando comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), segundo indícios levantados por investigadores da Polícia Federal. A vigilância foi feita por meio do programa espião “FirstMile”, que mapeava a localização de celulares em todo o país.

De acordo com dados da investigação, um número de celular utilizado por Heleno foi consultado 11 vezes no “FirstMile” em maio de 2020. O aparelho telefônico colocado sob vigilância da Abin era de uso “funcional”, ou seja, vinculado a assuntos de trabalho — e não era registrado no nome do militar justamente para evitar rastreamento. Isso significa que alguém próximo ao ex-ministro sabia que ele usava essa linha telefônica.

A defesa do ex-ministro e a Abin não quiseram comentar. Interlocutores de Heleno dizem que o ex-ministro usou diversos números fornecidos pelo governo durante os quatro anos em que foi chefe do GSI. No mesmo período, ele manteve a sua linha de telefone pessoal, que não foi monitorada

A possibilidade de Heleno ter sido alvo da “Abin paralela”, que realizava espionagens ilegais, surpreendeu integrantes da investigação. Até porque o ex-ministro é suspeito de comandar uma estrutura informal de inteligência durante o governo Bolsonaro, infiltrando agentes em campanhas em 2022, conforme ele mesmo admitiu em gravação de uma reunião ministerial obtida pela Polícia Federal.

Desconfiança

Uma das suspeitas dos investigadores é que o monitoramento de Heleno foi fruto de uma desconfiança de Bolsonaro em relação a aliados próximos. Semanas antes da espionagem feita pela Abin, o ex-juiz Sergio Moro havia pedido demissão do cargo de ministro da Justiça após acusar o então presidente de tentar interferir na Polícia Federal. Heleno tentou selar a paz, reunindo-se com o ex-magistrado, mas a sua atuação foi frustrada.

No mesmo período, o GSI, comandado por Heleno, foi alvo de reclamações de Bolsonaro, que estava insatisfeito com a atuação do órgão. O então presidente se queixava com frequência da escassez de informações de inteligência para tomar decisões estratégicas ou mapear riscos prementes ao seu governo.

A circunstância do monitoramento de Heleno ainda está sob investigação. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar um suposto esquema de espionagem ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro após reportagem do jornal O Globo revelar a utilização do “FirstMile” em março do ano passado.

O programa israelense utilizava uma brecha na rede de telefonia brasileira para obter dados da conexão de celulares — que permitiam rastrear a localização de aparelhos utilizados por alvos selecionados.

Os números de telefone monitorados pela Abin estão sendo identificados pela PF com o apoio da Controladoria-Geral da União. Além de Heleno, foram alvos de espionagem da “Abin paralela” políticos, assessores parlamentares, jornalistas, ambientalistas e advogados, segundo investigadores.

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