Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2016
Quem acompanha as sessões do julgamento de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff pela TV nem sempre consegue captar o clima interno entre os senadores no plenário. Acordos entre parlamentares, discussões paralelas e até mesmo momentos de descontração acabam passando despercebidos. O clima de tensão e rivalidade que aparece diante das câmeras não traduz o conjunto das relações entre os senadores, que fora da disputa política, mantêm um relacionamento mais amigável.
Isso ocorre porque a transmissão oficial do julgamento, feita pela TV Senado e retransmitida para outras emissoras, respeita o direito de fala. Ou seja, a imagem é sempre de quem detém o microfone. Enquanto o público assistia ao depoimento do auditor fiscal Antônio Carlos D’Ávila, no fundo do plenário, o combativo líder da minoria, Lindbergh Farias (PT-RJ), se uniu à uma roda de rivais tucanos, onde deu início a uma longa conversa cheia de risadas com dois dos maiores críticos do governo petista de Dilma, Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Também não foi possível ouvir pela TV a quantidade de risos que vinham do cafezinho do Senado, espaço restrito ao lado do plenário. Enquanto alguns senadores interrogam as testemunhas, é natural que outros deixem o plenário para um pão de queijo com café ou chá de gengibre. Outra realidade escondida é que o plenário fica por mais tempo vazio do que cheio, já que os senadores se ausentam quando não é a vez deles de falar.