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Variedades Aula de Português – dúvidas eternas

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Arte: Caio Schenini/O Sul

Extender ou estender? 

Vamos observar uma palavrinha que pega muita gente boa no seu dia a dia e em concursos públicos também: ESTENDER, com S, ou EXTENDER, com X?

Muito discutem esse caso comigo. “Mas, professor, por que essa complicação? Afinal, ‘extender’ vem de EXTENSÃO, e se EXTENSÃO é com X, claro que ‘extender’ é com X, não é isso?”

Não é não! Esse é um dos mistérios da nossa língua. Palavras derivadas devem seguir a grafia da palavra primitiva:

mesa – mesinha, mesário;
casa – casinha, casarão;
cruz – cruzinha, cruzada, encruzilhada;
exame – examinar, reexame.

Por isso escrevemos com X: EXTENSO, EXTENSÃO, EXTENSIVO…

A grafia oficial do verbo estender, entretanto, é com S, assim como ESTENDIDO.

O jeito, então, é decorar: EXTENSO, EXTENSÃO, EXTENSIVO, com X, mas ESTENDER e ESTENDIDO, com S.

EXTENDER, com X, não tem registro em nossos dicionários nem no “Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras”.

Setecentas e duas ou setecentos e duas mulheres? 

Sabemos que numeral sempre concorda com o substantivo a que se refere. É como se fosse um adjetivo. Ninguém erraria ao dizer “No recinto havia setecentAs mulheres”, “Compareceram novecentAs pessoas”, etc.

A dúvida que muita gente tem é quando o número não é redondo. Afinal, o feminino na unidade permanece na centena, como em SETECENTAS E DUAS? Ou só o último elemento do numeral é que deve concordar em gênero, ficando então SETECENTOS E DUAS mulheres?

Nada disso. Sempre que possível, e necessário, os dois elementos devem ser flexionados no feminino. Observe melhor:

SetecenTAS e DUAS mulheres
QuinhenTAS e UMA pessoas.

Veja que, quando o numeral não tiver feminino, não há flexão: “Foram aprovadas no concurso DuzenTAS e DEZ mulheres” (“dez” não tem feminino, mas “duzentos” tem.)

Outro exemplo: “Para o novo escritório, foram compradas CENTO e OITO cadeiras” (nem “cento” nem “oito” têm feminino).

A cerca ou acerca de 20 anos?  

Você sabe dizer quando se emprega A CERCA (separado) ou ACERCA (junto)?

Devemos escrever A CERCA DE (separado) quando nos referimos a distância ou a tempo futuro, significando “a aproximadamente”. Por exemplo:

“Estamos A CERCA DE dez quilômetros do vilarejo” (refere-se a uma distância aproximada);

“A próxima aparição do meteoro será daqui A CERCA DE 20 anos” (falamos de tempo futuro).

Só escrevemos ACERCA DE (junto), quando significa “a respeito de”, “sobre”.

Veja um exemplo: “Falávamos ACERCA DAS eleições deste ano” (ou seja, falamos sobre as eleições, a respeito das eleições).

Temos ainda a forma “há cerca de”, que devemos usar quando nos referimos a tempo passado: “Isso aconteceu há cerca de 90 dias”. Devemos usar ainda com o sentido de “existir”: “Há cerca de dez mil manifestantes na Praça Central”.

O time inverteu ou reverteu o resultado? 

Locutores esportivos adoram florear a linguagem, usar termos inusitados… Alguns, porém, na ânsia de parecer especialistas, acabam pisando na bola.

É comum a gente ouvir frases como: “O time da casa fez dois gols no primeiro tempo e ficou difícil para o rival REVERTER o resultado”.

A verdade é que “ficou difícil INVERTER o resultado”, e não “reverter”. Se o time está perdendo e precisa ganhar o jogo, só vai conseguir isso INVERTENDO o resultado, ou seja, “mudando para o oposto”.

REVERTER, rigorosamente, significa voltar à situação anterior, ao ponto de partida, à estaca zero. Desse verbo veio o adjetivo IRREVERSÍVEL, que significa “que não tem volta”.

Se reverter uma situação significa “voltar à situação anterior”, o que se quer, na verdade, é INVERTER a situação. Ou seja, se está ruim, queremos mais é que fique boa.

Resumindo:
INVERTER – mudar para o oposto: “Inverteram a mão da rua onde ele mora”;

REVERTER – voltar à situação anterior: “O médico conseguiu reverter o quadro clínico do paciente que havia entrado em coma”.
Do verbo REVERTER derivam os adjetivos REVERSÍVEL (o que volta a ser como antes) e IRREVERSÍVEL (o que não tem volta).

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HORÓSCOPO – 10/5/2015 (DOMINGO) – MÔNICA HORTA
Cinedebate exibe “O Carteiro e o Poeta”
https://www.osul.com.br/aula-de-portugues-duvidas-eternas/ Aula de Português – dúvidas eternas 2015-05-10
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