Sábado, 20 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2025
O autoexame das mamas é uma prática de autocuidado que pode fazer a diferença na vida de muitas mulheres. Simples, rápido e que pode ser feito em casa, ele consiste em observar e apalpar as mamas para identificar possíveis alterações.
A recomendação é que o autoexame seja realizado mensalmente, de preferência alguns dias após o término da menstruação, quando os seios estão menos sensíveis. Para mulheres que já não menstruam, a dica é escolher um dia fixo do mês para manter a regularidade.
Durante o autoexame, é importante observar se há nódulos, secreções, retrações na pele, alterações no formato da mama ou do mamilo. Segundo dados do INCA, cerca de 65% dos casos de câncer de mama são inicialmente percebidos pelas próprias mulheres ao notar alguma alteração no corpo.
Apesar da importância, é essencial reforçar: o autoexame não substitui a mamografia, que continua sendo o exame mais eficaz para detectar a doença em estágio inicial. O autoexame deve ser visto como uma ferramenta complementar de autoconhecimento, que incentiva a mulher a procurar atendimento médico sempre que notar algo diferente.
Além do benefício físico, essa prática também promove o empoderamento feminino, estimulando cada mulher a ser protagonista da sua própria saúde. A informação e a atitude podem salvar vidas.
Mamografia no SUS
Em outra frente, o Ministério da Saúde anunciou recentemente uma mudança histórica na política nacional de rastreamento do câncer de mama: a partir de agora, mulheres de 40 a 49 anos poderão realizar mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo sem sinais ou sintomas da doença, mediante decisão conjunta com o profissional de saúde. A medida revoga as barreiras que dificultavam o acesso desse grupo etário ao exame e aproxima o Brasil das recomendações das principais sociedades médicas do mundo.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) considera esta medida uma vitória para a saúde da mulher brasileira. Desde 2008, a entidade recomenda que o rastreamento mamográfico seja iniciado aos 40 anos, em frequência anual, posição defendida com base em evidências científicas e na realidade epidemiológica do país.
“Há muitos anos a SBM luta para que as brasileiras tenham acesso ao rastreamento precoce a partir dos 40 anos. Cerca de 40% dos casos de câncer de mama são diagnosticados entre os 40 e 50 anos, o que mostra o quanto essa decisão pode salvar vidas. Esta é uma conquista de toda a sociedade e resultado de um trabalho persistente de sensibilização junto ao poder público”, afirma Tufi Hassan, presidente da SBM.
Até então, o protocolo nacional de rastreamento recomendava a mamografia apenas para mulheres de 50 a 69 anos, com repetição a cada dois anos, independentemente de histórico familiar ou sintomas. Com o novo direcionamento do Ministério da Saúde, passam a valer as seguintes diretrizes:
– Mulheres de 40 a 49 anos: passam a ter direito ao exame, a partir de decisão conjunta com profissional de saúde, mesmo sem sinais ou sintomas.
– Faixa de 50 a 74 anos: segue com rastreamento regular a cada dois anos, mas agora com a faixa etária estendida até os 74 anos.
– Acima de 74 anos: a indicação será personalizada, considerando histórico clínico e expectativa de vida.
Segundo o Ministério, a ampliação de acesso para a faixa de 40 a 49 anos e a extensão até os 74 representam um convite para que mais mulheres realizem o exame regularmente, fortalecendo o diagnóstico precoce.