Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2023
Um adolescente de 17 anos confessou aos policiais que teria participado da invasão da conta da primeira-dama.
Foto: ReproduçãoO recente ataque hacker sofrido pela primeira-dama brasileira Rosângela da Silva, a Janja, em sua conta do X (antigo Twitter) não é um caso isolado no mundo. Nos últimos anos, invasões de perfis de autoridades nas redes sociais se tornaram algo frequente, o que levou governos estrangeiros a fortalecerem a segurança digital de pessoas no poder.
No caso de Janja, por cerca de uma hora o invasor publicou mensagens de cunho sexual e ofensas contra ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e políticos em geral.
A Polícia Federal fez buscas e apreensão, ao longo da semana, em endereços localizados em Minas Gerais e no Distrito Federal para identificar os culpados pela invasão da conta de Janja. Um adolescente de 17 anos confessou aos policiais que teria participado do ataque.
De acordo com Caio Lima, especialista em Direito Digital e Cibersegurança, as autoridades estrangeiras e suas famílias são treinadas para que possam fazer o uso das redes sociais com segurança.
“Esses líderes mundiais fazem treinamentos sobre a gestão das redes sociais e a gestão da segurança das suas informações. Especialmente em aspecto sobre uso seguro de e-mails e questões sobre limites de uso de aplicações, porque somente podem ser utilizadas aquelas que passam por uma validação de segurança por um time de tecnologia”, afirmou Lima.
Ainda conforme o especialista, as práticas adotadas em outros países podem servir de exemplo para o governo brasileiro após o ataque hacker sofrido pela primeira-dama.
“É fundamental que existam regras rigorosas de segurança da informação, seguindo essas boas práticas nacionais e internacionais. É preciso que elas sejam aplicadas e que não exista exceção. O grande risco é quando você começa a ter exceções e a partir dessas exceções é que podem existir essas fraudes como nós verificamos”, destaca.
Com o surgimento das redes sociais e o aumento de invasões hackers, alguns chefes de Estado já tiveram que adotar alternativas para impulsionar a sua segurança. O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, costumava ser conhecido pelo seu telefone Blackberry, com o qual fazia postagens nas redes sociais.
Em uma entrevista em 2016, o ex-presidente disse que, depois de assumir, assessores trocaram o seu celular por outro mais moderno. Porém, o aparelho seguia normas de segurança da Defense Information Systems Agency, órgão de proteção cibernética da Casa Branca.
O novo aparelho de Obama era repleto de recursos e medidas de segurança próprios como restrições aos aplicativos Android, além de ausência de câmeras e de redes sociais. O smartphone nem sequer podia fazer chamadas, tocar músicas ou enviar e receber mensagens de texto.
O receio da Casa Branca tinha seus motivos. Em 2013, o ex-analista de sistemas Edward Snowden tinha vazado informações confidenciais sobre programas de espionagem no País. Um dos documentos vazados por Snowden, relevou que a ex-presidente Dilma Rousseff e seus assessores teriam sido grampeados pelo governo norte-americano.
Anos mais tarde, em 2021, foi revelado que um sistema de espionagem israelense que possibilita a invasão de celulares, teria invadido os aparelhos de milhares de pessoas, entre elas, líderes mundiais. Após o escândalo vir à tona, o presidente da França, Emmanuel Macron, trocou de aparelho celular e de número de telefone.
Na Espanha, oficiais afirmaram que o celular do primeiro-ministro Pedro Sanchéz também havia sido invadido pelo sistema. Em setembro deste ano, a conta oficial do filho do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi hackeada e “anunciou” a morte do pré-candidato republicano à Casa Branca no ano que vem.
“Estou triste por anunciar que o meu pai Donald Trump faleceu. Vou candidatar-me a presidente em 2024”, afirmou uma das postagens feitas pela conta no X de Donald Trump Jr. O ex-presidente utilizou a sua própria rede social para afirmar que estava vivo e que o perfil do filho havia sido alvo de um ataque hacker.