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Brasil Auxílio emergencial que contemplou quase metade da população garantiu a retomada parcial de segmentos da indústria, comércio e serviços

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Reformas microeconômicas têm ajudado; mas reformas estruturais são fundamentais. (Foto: Alex Rocha/PMPA)

Passados cinco meses do início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, os efeitos sobre a economia do País começam a ficar mais claros. O Banco Central (BC) anunciou na última sexta-feira (14) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 10,92% na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2020.

Se a retração do PIB for confirmada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no resultado que será divulgado no dia 1º de setembro, o país terá entrado em recessão técnica — recuo do nível de atividade por dois trimestres consecutivos. Nos três primeiros meses do ano, a economia já tinha retraído 1,5%.

Apesar do cenário pessimista, indicadores referentes ao mês de junho divulgados na última semana pelo IBGE mostram um resultado acima das expectativas em setores importantes da economia.

Entre analistas, a avaliação é de que os programas do governo para manutenção da renda e do emprego tiveram impacto positivo na economia. Com especial destaque para o auxílio emergencial, tais medidas foram decisivas ao sustentarem a demanda dos consumidores, garantindo a recuperação parcial dos segmentos da indústria, comércio e serviços.

Esse último é o que inspira maior preocupação, sobretudo pela participação de 75,8% no PIB brasileiro. Entre março e junho, o setor acumula queda de 14,5% no volume de receitas, segundo o IBGE. O resultado de junho, uma alta de 5% na comparação com maio, representa o primeiro crescimento após quatro retrações mensais consecutivas — em fevereiro, mesmo fora da pandemia, houve recuo de 1%.

O setor é o mais afetado pelas medidas de isolamento social. Na comparação com o mês de maio, houve crescimento de 14,2% nos serviços prestados às famílias, que incluem atividades de hotelaria, bares e restaurantes, além de academias. O resultado positivo, todavia, deu-se em cima de uma base de comparação depreciada. Prova disso é que na comparação com junho do ano passado a queda foi de 57,5%.

Com maiores pesos no índice geral do setor, os segmentos que mais influenciaram o resultado positivo de junho foram transportes e serviços de informação e comunicação, que cresceram respectivamente 6,9% e 3,3% ante maio. Ainda assim, acumulam quedas intensas na pandemia.

“Houve uma transferência dos gastos das famílias com esses serviços para bens tangíveis. O faturamento que diminui no restaurante aumenta no supermercado”, explica o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Turismo (CNC).

Bentes projeta que o setor só vai recuperar os níveis de faturamento pré-pandemia no início de 2022, com crescimento gradual até lá. O economista afirma que a imprevisibilidade sobre as reformas econômicas e outras incertezas no campo político desestimulam investimentos.

“Esse cenário faz com que as empresas coloquem o pé no freio para esperar o horizonte ficar mais claro. Estamos trabalhando com uma projeção de queda anual de 5,7% nos serviços que, se confirmada, será a maior desde que a PMS foi criada”, diz.

Comércio em alta

Menos dependente do consumo presencial, o comércio apresentou a trajetória mais positiva entre os setores da economia. Foi o único que conseguiu, na média, repor as perdas dentro da pandemia e superar o volume de vendas observado em fevereiro, último mês antes do isolamento social nas principais capitais do país.

Em junho, as vendas subiram 8% em relação a maio, quando já tinham avançado 14,4% sobre o mês anterior, descontados efeitos sazonais. Números da Receita Federal indicam que o faturamento do varejo eletrônico cresceu 70% na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto os pedidos aumentaram 140%. Embora essa tendência já fosse observada nos meses iniciais da pandemia, intensificou-se em junho.

Além do redirecionamento dos gastos das famílias para bens duráveis, já mencionado, observa-se um impacto da redução no índice de isolamento social de 63% no início de abril para 38% em junho, segundo a consultoria Inloco.

Na análise por atividades, a de supermercados, produtos alimentícios e bebidas manteve bom desempenho, registrando alta de 8,9% em relação ao nível de fevereiro, de acordo com o IBGE. O segmento chegou a avançar na crise, acelerando mesmo nas comparações com os meses de 2019, quando não havia pandemia.

Como tem o maior peso dentro do varejo, o comércio ligado a alimentos puxou a média geral para cima, ofuscando os recuos observados em sete das dez atividades do comércio na comparação com o período pré-pandemia, que chegam a 45,8% no caso de tecidos, vestuário e calçados e 24,8% no caso de veículos, motos e autopeças.

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