Domingo, 27 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2019
A bancada evangélica da Câmara dos Deputados, a mais próxima de Jair Bolsonaro, decidiu apoiar o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança, de forma incondicional.“Ele está blindado por nós”, diz o deputado Pastor Marco Feliciano (Pode-SP). Na quarta-feira da semana passada, cerca de trinta parlamentares evangélicos se encontraram com Moro.
“Fizemos uma oração e abençoamos a vida dele. Pedimos que Deus dê tranquilidade ao ministro”, diz o parlamentar. Feliciano viajou com Bolsonaro e Moro para Belém na quinta-feira (13), onde participaram da celebração dos 108 anos da Assembleia de Deus no Brasil. “Ele foi ovacionado.”
Ministro Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta segunda-feira (17) que o vazamento de conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, e membros da força-tarefa da Lava-Jato “é uma questão tormentosa”, mas que ainda é cedo para comentar seu teor.
Mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostram que Moro e o procurador chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, trocavam colaborações sobre a Lava-Jato. Moraes afirmou a jornalistas que a Lava-Jato “é a mais importante operação de combate à corrupção que foi feita no Brasil” e que foi “conduzida dentro do devido processo legal”.
Para ele, “as invasões que ocorreram nos telefones de agentes públicos são criminosas. Vazamentos, fake news, falsidade em notícias divulgadas são questão de polícia, são crimes”. “A avaliação do que foi conversado depende de todo o material ser divulgado e de ser atestada a sua autenticidade e veracidade. Com o que se coloca a conta-gotas não é possível ter uma visão de conjunto. É de interesse público que a sociedade saiba, mas do todo”, afirmou.
Somente após perícia, segundo ele, será possível avaliar se houve manipulação e se o teor das conversas demonstra irregularidades. “Não é possível analisar o conjunto dos fatos por essas divulgações [já feitas]. Nem dizer que é bom nem que não é. Segundo os próprios jornalistas, ainda não foi divulgado nem 2% do material”, disse.
“Temos de verificar se [as conversas] têm relação com os fatos e se houve influência ou não [nas decisões judiciais]. Em um primeiro momento, os agentes públicos envolvidos disseram que houve vazamento, que aquelas conversas correspondiam a trechos. Num segundo momento, colocaram [a veracidade] em dúvida.”
Moraes afirmou que “em uma conversa longa, se você tira um trecho, pode dar um sentido diverso”. O ministro esteve em um evento sobre governança e democracia promovido pelo canal de televisão em São Paulo.