Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2015
Apenas três meses depois de incorporar o banco suíço BSI, o novo comando do BTG Pactual decidiu colocar a instituição à venda. A intenção é levantar recursos para reforçar o caixa e enfrentar a crise de confiança provocada pela prisão de André Esteves, afastado do controle na quarta-feira.
É uma surpresa, pois até agora o BTG só pensava em se desfazer de empresas fora da área financeira. Ainda não há negociações em curso, apenas a decisão de ir atrás de potenciais interessados. O BTG não quis comentar.
Para sócios do BTG, o banco suíço vale ao menos 2 bilhões de dólares. Em julho de 2014, quando o BSI foi comprado, os brasileiros pagaram 1,28 bilhão de dólares. Na época, a instituição valia menos do que hoje porque respondia a processos nos EUA por ajudar clientes ricos a sonegar impostos.
O BTG comprou o BSI “limpinho”, livre das ações judiciais, que ficaram com sua antiga dona, a seguradora italiana Generali. A compra fazia parte do plano de internacionalização do BTG e incrementou seus resultados. O BSI contribuiu com 17 bilhões de reais dos 40 bilhões de reais em caixa no terceiro trimestre deste ano.
O BTG está vendendo ativos porque precisa fazer caixa rápido. Embora seus executivos digam que a situação está controlada, o quadro poderá piorar se aparecerem indícios de que Esteves tenha usado o banco em alguma operação investigada na Lava-Jato. (Folhapress)