Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2015
Na avaliação do BC (Banco Central), o banqueiro André Esteves deveria ficar afastado da administração do BTG Pactual mesmo depois de solto. O empresário está preso no Rio desde quarta-feira, sob a acusação de obstruir as investigações da Operação Lava-Jato sobre o esquema de corrupção desenvolvido na Petrobras.
Na visão do BC, que regula o setor bancário, o retorno de Esteves ao comando da instituição enquanto ainda pairam suspeitas sobre seu envolvimento no caso poderia prejudicar ainda mais a imagem do banco. O órgão acredita haver, inclusive, caminhos legais para forçar a saída do banqueiro caso ele seja liberado e insista em manter o posto no BTG.
Como autoridade de finanças, o BC tem a prerrogativa de autorizar nomes para cargos estatutários de bancos no Brasil. Mas também possui instrumentos para interromper mandatos se a medida ajudar na garantia da saúde financeira de uma instituição. Essa se constituiria, contudo, em uma medida extrema, que só seria tomada se a situação econômica do BTG se complicasse.
PECULIAR
Para o BC, a situação de Esteves é única, pois ele é dono, presidente e líder do conselho de administração do banco. Sua imagem está diretamente ligada à da instituição. O BTG, com 155 bilhões de reais em ativos, é a sétima maior unidade financeira do País.
O BC solicitou à força-tarefa da Operação Lava-Jato os documentos que embasaram o pedido de prisão de Esteves. A autoridade monetária entendeu que precisará analisar o material e verificar se há elementos para medidas administrativas. A princípio, elas seriam necessárias diante de evidências de que o banqueiro pretendia usar a estrutura do BTG para atrapalhar as investigações da propinagem na Petrobras. Caso fique provado que o plano era atuar individualmente, não haveria motivos para a ação. (Folhapress)