Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2015
Depois de apenas observar a disparada recente do dólar, o BC (Banco Central) decidiu intervir nas cotações por meio de dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) marcados para a esta terça-feira. Para profissionais, a ação é uma resposta ao estresse dos últimos dias e tende a fazer a moeda norte-americana recuar em um primeiro momento.
Em comunicado, o BC informou que ofertará 3 bilhões de dólares por meio de dois leilões nesta terça-feira. A recompra do montante ocorrerá em 4 de novembro e em 2 de dezembro. O anúncio surge após o dólar à vista ter fechado em 3,85 reais no balcão, com alta de 2,56% na sexta-feira e de 8,06% em seis dias. Era justamente esta pressão que vinha fazendo o mercado financeiro, nas últimas sessões, especular em torno da necessidade de o Banco Central atuar.
“Os leilões podem mesmo dar uma derrubada no dólar. Mas tenho dúvidas se isso não é só um paliativo. A questão política está muito complicada”, avaliou um profissional da área de câmbio de corretora. Segundo ele, não será surpreendente se, após uma abertura em baixa, a moeda norte-americana voltar a ganhar força pelos motivos de sempre: crise política e cenário de alta para o dólar também no exterior.
“Os leilões dão uma acalmada nos negócios só pelo fato de mostrar que o BC está vivo”, comentou Alexandre Cabral, professor de Finanças que acompanha regularmente o mercado cambial.
A despeito das dúvidas, chamou atenção o montante oferecido. Na última segunda-feira, a instituição já havia feito um leilão de linha de 2,4 bilhões de dólares, mas naquele caso a operação era para rolagem de contratos que estavam para vencer. Desta vez, é dinheiro novo que entra no mercado, embora o prazo para devolução seja curto. (AE)