Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2016
O BC (Banco Central) atribuiu a disparada da inflação a decisões do governo, em carta ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O documento, assinado pelo presidente do banco, Alexandre Tombini, justificou o descumprimento da meta de inflação, que era de 4,5%, mas o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 10,67% em 2015.
Em 13 páginas, Tombini fala abertamente como decisões da equipe econômica provocaram alta de preços. Ele atacou, principalmente, o fato de o Executivo enviar para o Congresso Nacional um orçamento deficitário para este ano e admitiu que isso fez o dólar (um dos principais vilões da inflação do ano passado) subir rapidamente.
“Em julho, o anúncio de alterações nas trajetórias para as variáveis fiscais afetou as expectativas de inflação e os preços de ativos e contribuiu para criar uma percepção menos positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo. No final de agosto, a perspectiva de nova mudança de trajetória para as variáveis fiscais, implícita na proposta orçamentária para 2016, novamente afetou as expectativas e, de forma significativa, os preços de ativos”, frisou Tombini, que disse que o processo foi agravado pelo rebaixamento da nota de crédito soberano por duas das mais importantes agências de classificação de risco.
O BC também culpou o aumento de tarifas públicas (como a luz) pelo descumprimento da meta. (AG)