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Economia O Banco Central registra recorde de remessas de dólares para o Brasil

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Alta do dólar estimula transferências de brasileiros no exterior

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Alta do dólar estimula transferências de brasileiros no exterior (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Com a alta do dólar, as remessas de brasileiros que vivem no exterior para familiares no Brasil têm batido recordes. Em setembro, foram registradas US$ 293 milhões de receitas de transferências pessoais, segundo dados do Banco Central (BC). Esse foi o maior volume para o mês de setembro, na série histórica, iniciada em 1995. Em setembro de 2019, as transferências somaram US$ 248,6 milhões.

De janeiro a setembro deste ano, foram US$ 2,407 bilhões enviados para o Brasil, crescimento de 11,6% em relação a igual período de 2019. Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o dólar mais caro faz com que o dinheiro convertido em reais no Brasil represente um volume maior de recursos. Ele diz que isso pode incentivar os brasileiros no exterior a mandarem mais dólares para o país.

“Como a pessoa no exterior que está mandando para seus parentes no Brasil sabe que aquela mesma quantidade de dólares que manda sempre vai representar uma quantidade maior, pode ter um incentivo para aumentar esse fluxo em dólares”, disse, ao apresentar o relatório das contas externas, na última sexta-feira (23).

Por outro lado, a alta do dólar desestimula o envio de recursos do Brasil para o exterior. Em setembro, essas transferências chegaram a US$ 128 milhões, queda de 18,9% na comparação com o mesmo mês de 2019. No acumulado do ano até setembro, o valor chegou a US$ 1,065 bilhão, recuo de 31,1% contra igual período de 2019.

Países de origem

A maior parte das transferências que vêm para o Brasil são dos Estados Unidos. Esse setembro, o volume chegou a US$ 147,2 milhões. Outros US$ 57 milhões vieram do Reino Unido, US$ 17 milhões de Portugal, US$ 9,8 milhões da Espanha, US$ 7,7 milhões da Itália e US$ 7,6 milhões do Japão.

Crise da Covid-19 fortalece o dólar

Assim como aconteceu na esteira do colapso financeiro global de 2008, o dólar consolida seu papel como moeda dominante mundial, mesmo que políticas unilateralistas do presidente Donald Trump incomodem aliados e rivais.

“Sempre que há uma crise, empresas e países correm para garantir que tenham todo o financiamento de que precisam”, disse Jim O’Neill, o ex-economista-chefe do Goldman Sachs que cunhou a sigla BRIC.

“Os mercados de dólar são a única fonte real disponível, então toda a situação se intensifica a partir dela mesma”, de acordo com O’Neill, que é presidente do grupo de política internacional Chatham House.

A facilidade de obter financiamento em dólar no mundo todo tem sido fundamental para evitar que a crise econômica e de saúde se transforme em uma espiral financeira, ao fornecer a empresas e governos acesso barato a fundos.

Mas também pode estar plantando sementes para a próxima crise: se o dólar passar por uma tendência de valorização sustentada, aumentará os custos do serviço da dívida, o que pode dificultar pagamentos no futuro.

Esse é um risco particular para mercados emergentes, onde a dívida externa, incluindo empréstimos em dólar, sobe no ritmo mais rápido já registrado, com emissões para todo o ano prestes a ultrapassar US$ 750 bilhões, de acordo com Damian Sassower, estrategista da Bloomberg Intelligence.

A falta de alternativas globais ajuda a explicar parte do papel do dólar. O status do euro como moeda de reserva permanece limitado, e a moeda da China ainda está sujeita a controles de capital.

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https://www.osul.com.br/banco-central-registra-recorde-de-remessas-de-dolares-para-brasil/ O Banco Central registra recorde de remessas de dólares para o Brasil 2020-10-25
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