Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2025
O Banco Master aparece como parte em aproximadamente 77 mil ações judiciais em todo o país, de acordo com dados reunidos pelo Escavador. Um levantamento realizado pelo portal UOL identificou que, entre esse volume expressivo de processos, o nome da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, consta em apenas um caso envolvendo diretamente a instituição financeira. A informação chama atenção quando comparada à amplitude do contrato firmado entre ela e o banco no início de 2024.
Em março, uma reportagem do jornal O Globo revelou detalhes do acordo celebrado entre Viviane e o Banco Master. O contrato previa a prestação de serviços jurídicos de caráter contencioso junto a uma ampla gama de instâncias, incluindo o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Judiciária e autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo. O valor mensal estipulado era de até R$ 3,6 milhões, com vigência prevista de três anos. No entanto, os pagamentos foram suspensos ainda em 2024, após o Banco Master entrar em processo de liquidação.
Segundo dados do portal Escavador, Viviane Barci de Moraes está vinculada, ao todo, a cerca de 1,6 mil processos judiciais. O principal cliente de sua carteira profissional é o parque de diversões Hopi Hari, localizado no interior de São Paulo, que concentra mais de 600 ações nas quais a advogada atua. No que diz respeito especificamente ao Banco Master, ela aparece como representante em apenas um processo, de natureza criminal, envolvendo acusações de calúnia, injúria e difamação.
Essa ação envolve o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o gestor Vladimir Joelsas Timerman. O processo tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo e está sob sigilo judicial. De acordo com as informações disponíveis, o caso foi iniciado no fim do ano passado, o que limita o acesso a detalhes adicionais sobre seu conteúdo e andamento.
Daniel Vorcaro foi preso pela Polícia Federal (PF) em novembro, no âmbito da Operação Compliance Zero. A investigação apura suspeitas de simulação do valor de uma carteira de crédito negociada com o Banco de Brasília. Após alguns dias detido, o empresário foi liberado. Durante o curso da apuração, a defesa de Vorcaro solicitou que o processo fosse remetido da Justiça Federal ao Supremo Tribunal Federal.
O pedido teve como fundamento a alegação de que a Polícia Federal encontrou, na residência do empresário, um documento que mencionaria um deputado federal, o que poderia justificar a competência do STF. O requerimento foi acolhido pelo ministro Dias Toffoli, que determinou a transferência do caso para a Corte e impôs sigilo ao processo. (Com informações da revista Oeste)