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Brasil Banco Master pede empréstimo a fundo garantidor para conseguir rolar suas dívidas

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Finalidade é cobrir R$ 10 bilhões em compromissos a vencer nos próximos dois anos. (Foto: Antonio Augusto/STF)

O Banco Master fez um pedido formal ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para viabilizar uma linha de empréstimo que o ajude a rolar suas dívidas, após a cisão e venda de parte de seus ativos para o Banco Regional de Brasília (BRB). A finalidade é cobrir cerca de R$ 10 bilhões em compromissos a vencer nos próximos dois anos, incluindo CDBs vendidos no mercado com promessa de rentabilidade bem acima da oferecida por concorrentes.

Ao informar a oferta de compra de parte do Banco Master, o BRB havia calculado que deixaria para trás cerca de R$ 23 bilhões, dentre os quais ativos como a carteira de precatórios (dívidas judiciais do governo) e ações e dívidas de empresas em recuperação judicial. São ativos considerados de maior risco e fora da atuação do banco estatal controlado pelo governo do Distrito Federal.

Após nova auditoria, feita após o anúncio de compra, em 28 de março, o BRB deverá deixar para trás mais ativos, no que deve rondar R$ 33 bilhões. Com uma fatia remanescente maior, o Banco Master passou a considerar a linha do FGC para fazer frente às suas obrigações.

Fontes ligadas às negociações envolvendo a venda do Master afirmam que o objetivo é fazer uma combinação desse suporte do FGC com a venda de ativos de Daniel Vorcaro, controlador do Master, como a participação na mineradora Itaminas e na seguradora Kovr, que não estão no balanço do banco.

O entendimento é que esse fôlego permitiria à instituição financeira suportar os vencimentos mais curtos de dívidas (cerca de R$ 500 milhões por mês) enquanto negocia “sem a faca no pescoço” a venda de bens. Na lista de interessados estão os irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F; André Esteves, do BTG; e os fundos Pátria e Latache.

No passado, o FGC deu suporte semelhante de liquidez – ou seja, um empréstimo – a outros bancos em situações de fusão, aquisição ou sob estresse, como em 2015, quando o dono do BTG, André Esteves, foi preso (o executivo acabaria absolvido). O fundo tem natureza particular, é controlado pelos bancos privados e é abastecido com uma fração dos depósitos feitos por correntistas no setor financeiro.

A expectativa é de que a resposta do FGC saia nos próximos dias, junto com a análise do BC sobre a oferta do BRB – o que poderia dar uma resposta completa sobre o que acontecerá com o Banco Master.

Pessoas próximas ao FGC entendem que a aprovação de qualquer linha de assistência só poderia ser avalizada após a autorização pelo Banco Central do negócio com o BRB – cuja assinatura do contrato foi barrada pela Justiça (leia mais abaixo).

Atos preparatórios continuam

Para que o FGC consiga fazer a análise de risco para o sistema financeiro e ofereça recursos ao Master, é preciso que o escopo da operação esteja oficialmente definido. Ou seja, que seja concluída a delimitação dos ativos do Master que vão ser absorvidos pelo BRB.

A linha de socorro ao Master pelo FGC já estava em negociação. O empecilho era a resistência dos grandes bancos, notadamente o Itaú, que viam no socorro um “risco moral”, de dar saída a uma instituição que cresceu nos últimos anos usando como isca um seguro que é compartilhado por todo o sistema bancário.

O argumento a favor do Master, no entanto, é de que a linha de socorro é um empréstimo, e que a eventual quebra do banco representaria um problema ainda maior, uma vez que o FGC seria convocado para indenizar investidores que compraram os CDBs do Master. O FGC garante até R$ 250 mil por CPF por instituição bancária.

O Master experimentou um crescimento vertiginoso nos últimos anos e, em 2024, praticamente dobrou de tamanho, tendo como estratégia captar recursos de investidores prometendo taxas de retorno muito acima das oferecidas no mercado.

Nesta semana, o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, reuniu-se com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e com o diretor de Regulação, Gilneu Vivan, para tratar do tema. Já é a terceira vez que Vorcaro encontra Galípolo desde que a venda do banco veio a público.

O BRB encaminhou ao Banco Central toda a documentação relativa à venda, incluindo informações adicionais solicitadas pela autoridade monetária. O escopo final da operação deve deixar R$ 33 bilhões em ativos com o presidente do Master, Daniel Vorcaro. Outros R$ 7 bilhões ficariam com o Banco Voiter, a ser comandado por Augusto Lima, atual sócio de Vorcaro e um dos responsáveis pelo Credcesta, negócio que administra a carteira de crédito consignado.

Cerca de R$ 43 bilhões devem ser absorvidos pelo BRB, que deverá criar um banco de investimentos como subsidiária. No total, segundo dados do Banco Central, o conglomerado Master tinha R$ 82 bilhões em ativos registrados em dezembro de 2024. (Com informações de Estadão Conteúdo)

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