Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2025
Os Correios buscam saídas para reequilibrar as contas, pagar dívidas e honrar os salários dos funcionários.
Foto: Divulgação/CorreiosCaixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander formam o grupo de bancos que fecharam uma nova proposta de empréstimo para salvar as contas dos Correios. Desta vez, o valor é de R$ 12 bilhões e ainda depende do aval do Tesouro Nacional.
Desde que o Tesouro recusou o primeiro pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões, os Correios correram para tentar outras frentes, como um aporte emergencial da União, em torno de R$ 5,8 bilhões para fechar as contas de 2025, e “diminuir o tamanho do cheque” a fim de captar novas instituições e melhores juros.
A nova proposta foi fechada pelos bancos nesta sexta-feira (12) e não teve detalhes como juros e condições divulgados.
A primeira tentativa de empréstimo foi recusada porque os juros cobrados pelos bancos era de 136% do CDI e o Tesouro só cobre até 120%. Segundo apurou a reportagem, a proposta, que nunca chegou formalmente, era “impossível de aceitar” pois oferecia um “altíssimo risco” a União.
Com um prejuízo acumulado de mais de R$ 6 bilhões de janeiro a setembro de 2025, os Correios buscam saídas para reequilibrar as contas, pagar dívidas e honrar os salários dos funcionários. Desde 2022, ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a estatal acumula reiterados déficits que hoje passam dos R$ 10 bilhões.
Para conseguir sair do sufoco, a estatal elaborou um plano de reestruturação no qual prevê, além do empréstimo bilionário, um plano de demissão voluntária, que deve desligar cerca de 15 mil funcionários entre 2026 e 2027, fechamento de agências e venda de imóveis que deve render aos cofres dos Correios cerca de R$ 1,5 bilhão.
O aporte da União em 2025 também é considerado quase como certo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é preciso ter um plano aprovado pelo Tesouro, mas admite que o auxílio emergencial pode acontecer neste ano.
Segundo ele, o governo não vai “ficar com faca no pescoço por incompreensão de instituição financeira” e deve enviar o PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) com o pedido de autorização para o crédito ao Congresso.
13º salário
O superintendente-executivo de Gestão de Pessoas dos Correios, Alexandre Martins Vidor, afirmou nesta quinta-feira (11) que a companhia não terá recursos para pagamento de 13º salário dos trabalhadores.
“Nós não teremos recurso para pagamento de décimo terceiro salário”, afirmou Vidor, durante uma reunião com o sindicato da categoria no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
No mesmo encontro, a diretora de Gestão de Pessoas dos Correios, Natália Teles da Mota, afirmou que a empresa não tem como arcar com a folha salarial de dezembro.
“Hoje eu tenho uma folha em dezembro que supera R$ 1 bilhão, que eu não tenho como pagar”, disse.
Um vídeo com as afirmações tem sido compartilhado entre os trabalhadores dos Correios. A sequência não inclui a íntegra da reunião.
Os Correios pagaram a primeira parcela do 13º salário em 28 de novembro. A segunda parcela tem de ser paga até 19 de dezembro.