Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2015
O BCE (Banco Central Europeu) deverá encerrar seu empréstimo de emergência a bancos gregos, disse uma fonte neste domingo (28).
Os bancos do país dependem de assistência do órgão, cujo conselho se reunirá neste domingo. O BCE tem enviado fundos emergenciais ao Banco Central grego diariamente. O dinheiro, então, é repassado aos bancos.
A Grécia provavelmente deverá “anunciar um feriado bancário na segunda-feira (29), enquanto se aguarda a introdução de controles de capitais”, afirmou a fonte.
Controles de capitais são restrições na retirada de dinheiro dos bancos. Até agora, o governo grego tem sinalizado que não deseja impor tal medida.
Nas últimas semanas, gregos retiraram bilhões de euros dos bancos e longas filas se formaram em meio a temores de que bancos não abrirão nesta segunda-feira.
O pacote de resgate da Grécia vence na terça-feira (30) e impasses têm impedido um acordo. Uma moratória de Atenas poderia resultar na saída do país da zona do euro.
Nos últimos sete anos, o PIB (Produto Interno Bruto), soma de tudo o que é produzido na economia), caiu cerca de 25% na Grécia, fazendo com que a crise nos demais países europeus pareça, comparativamente, um mero resfriado. Em 2011, pior ano da atual crise, a contração foi de 8,9%.
Após três anos de intenso recuo econômico, a Grécia saiu da recessão no início de 2014 e conseguiu crescer 0,8%, cifra que não se traduziu na melhoria das condições de vida da maioria dos cidadãos mais pobres.
E a alegria durou pouco: a economia voltou a se contrair no final do ano passado. As previsões para 2015 tampouco são animadoras: o Banco Central Europeu prevê crescimento de apenas 0,5%.
Desemprego
Ainda que, mesmo antes da recessão, a Grécia já tivesse elevado nível de desemprego entre jovens e de dívida pública, a situação se deteriorou fortemente nos últimos anos.
O desemprego triplicou, alcançando 26% da força laboral. E três quartos dos desempregados estão há 12 meses ou mais sem trabalhar.
Aposentados
O pagamento de pensões é uma das frentes de batalha entre Alexis Tsipras e os credores. O premiê grego assumiu o poder prometendo não cortar mais as aposentadorias, mas os detentores dos títulos da dívida grega insistem em mais reformas nessa área.
A questão é que as aposentadorias são o principal sustento na metade dos lares do país, o que dá uma ideia dos efeitos que teriam eventuais novos cortes.
Ainda que a Grécia seja um dos países europeus que mais gastam com pensões (15% do PIB), muitos pensionistas vivem sob a linha de pobreza. (BBC Brasil)