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Geral Bandidos exigem pagamento via Pix para libertar vítimas de sequestro

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Ricardo Patrick Vieira dos Santos foi preso na terça-feira por suspeita de fazer parte de quadrilha. (Foto: Reprodução)

Na manhã de terça-feira da semana passada, o arquiteto X., de 28 anos, chegava para fazer o orçamento da obra de uma casa na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, quando dois homens o obrigaram a voltar para dentro do carro. Com uma arma apontada para sua cabeça, o jovem dirigiu por cerca de dez minutos, foi comunicado de que se tratava de um sequestro relâmpago e, por ordem dos bandidos, teve R$ 1.200 transferidos de sua conta bancária, por meio do Pix. Não foi um episódio isolado: a tecnologia criada para facilitar a vida de correntistas está sendo usada por criminosos para exigir o pagamento de resgates. Em dois meses, pelo menos seis casos foram registrados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Em depoimento na 37ª DP (Ilha do Governador), o arquiteto relatou que os bandidos tentaram fazer um empréstimo por meio do aplicativo da instituição financeira instalado em seu celular. Sem sucesso, apelaram para o PIX do valor total disponível em sua conta-corrente. O rapaz foi forçado ainda a ligar para o pai, que é marceneiro, e para a mãe, uma técnica de enfermagem, para que eles também realizassem esse tipo de transferência. Mas o casal não tinha dinheiro.

Também no bairro, uma moradora foi abordada perto de casa, e teve que pedir ao marido para fazer uma transferência de R$ 2.500. “Foi tão agressivo que estou em pânico de sair à rua depois disso”, resumiu.

À frente da Delegacia Antissequestro (DAS), o delegado Claudio Góis admite que a facilidade do Pix beneficia a atuação das quadrilhas. Mas ele ressalta: as transferências deixam rastros. É possível identificar o destinatário que recebe os valores, e ele pode ser acusado pelo crime.

“Mesmo que uma pessoa tenha aceitado receber de boa-fé a transferência, ela poderá indicar quem pediu para usar a conta dela”, diz o delegado.

Nem esse possível rastreamento tem inibido os bandidos. No último dia 14 de junho, um vendedor de uma loja de carros de Botafogo, na Zona Sul, recebeu a ligação de um suposto comprador interessado em quatro veículos. Ele marcou de assinar o contrato no escritório do “cliente”, em Irajá. Ao chegar, foi obrigado a entrar em um carro, levado para a Favela Jorge Turco, em Coelho Neto, e acabou tendo R$ 80 mil transferidos de sua conta-corrente, em seis transações via Pix.

Em uma delas, o gerente do banco ligou para seu celular, ao estranhar a movimentação. Mas, ameaçado por dois homens armados, ele respondeu que as operações eram válidas. O caso foi registrado na 40ª DP (Honório Gurgel).

Diferentes abordagens

Já no último dia 8, quatro bandidos que exigiam resgate usando Pix foram presos pela DAS, em São Gonçalo. O bando entrava em contato com empresários e comerciantes, pedindo orçamentos de serviços. Ao encontrar as vítimas, eles as obrigavam a fazer transferências e a contratar altos empréstimos. No caminho, ainda roubavam seus pertences e telefonavam para parentes, exigindo resgate. Um quinto suspeito, Ricardo Patrick Vieira dos Santos, foi preso na terça-feira.

No mesmo município, um comerciante foi mantido dentro de seu carro, por dois homens armados, que o obrigaram a transferir R$ 24 mil. Na vizinha Maricá, um estudante foi vítima de um golpe mais comum. Interessado em comprar um carro anunciado numa rede social, marcou um encontro com o suposto proprietário. Ao chegar, foi levado por um jovem armado e dois comparsas para uma rua deserta, onde ele teve R$ 16 mil transferidos de sua conta corrente.

De volta à capital, em 24 de junho, dois policiais militares do 18º BPM (Jacarepaguá) foram acionados pelo marido de uma empresária abordada por criminosos no Recreio dos Bandeirantes. O rastreador do carro mostrava que ela estava perto da favela de Rio das Pedras. Os PMs conseguiram localizar a vítima, que já havia sido obrigada a transferir R$ 16 mil para a quadrilha, por Pix.

Ainda não há, porém, um levantamento de quantos crimes do tipo já ocorreram. O Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta que, de janeiro a junho deste ano, 54 pessoas foram vítimas de sequestros relâmpagos. Os dados divulgados, no entanto, não mostram como se deram as abordagens e tampouco como foi roubado o dinheiro das vítimas. As informações são do jornal Extra.

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https://www.osul.com.br/bandidos-exigem-pagamento-via-pix-para-libertar-vitimas-de-sequestro/ Bandidos exigem pagamento via Pix para libertar vítimas de sequestro 2021-07-21
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