Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2019
Do ponto de vista político, a volta do ex-combatente do Vietnã John Rambo às telas é muito simbólica sobre a posição dos Estados Unidos no cenário internacional, não muito diferente do que acontecia no início dos anos 80, quando o primeiro filme da franquia foi lançado.
A desconfiança em relação aos “forasteiros” está no cerne de “Rambo – Até o Fim”, que estreou nos cinemas. Em um momento em que Donald Trump ergue muros na fronteira com o México, os vizinhos são apresentados como o “mal” a ser eliminado nesta continuação.
Apesar de mais velho (Sylvester Stallone, que vive o personagem há mais de três décadas, tem atualmente 72 anos), Rambo segue fiel ao pensamento conservador republicano – o perigo, parece dizer a todo mundo, está lá fora, criando um bunker na própria fazenda.
O personagem antevê, desta forma, que precisará reforçar todas as suas defesas diante da guerra iminente contra o estrangeiro, que já ganhou a feição de vietnamitas, russos e árabes nos quatro longas-metragens anteriores.
Olho por olho
A violência que toma conta do filme principalmente nos 30 minutos finais é justificada a partir do “olho por olho, dente por dente” (Lei de Talião). Não há qualquer questionamento para tamanho banho de sangue, a não ser impor um sofrimento maior ainda.
Como em vários filmes deste naipe, as mulheres são caracterizadas como indefesas, dependentes do homem para protegê-las. É o papel que Rambo cumpre, vivendo para a sobrinha. Nas primeiras cenas, pede para ela desistir de fazer faculdade e continuar no rancho, treinando cavalos.
O roteiro tenta, porém, mostrar mais do que a desconfiança de Rambo em relação ao que o rodeia, exibindo laços familiares. Logo esse viés é abandonado para vermos à batalha de um homem só contra um exército inteiro. Nada mais anos 80.
“Rota de Fuga”
De todas as bombas nas quais se envolveu em sua carreira, Sylvester Stallone realmente detesta uma em particular: “Rota de Fuga 2”. Enquanto promovia a continuação, “Rota de Fuga 3”, Stallone criticou o longa anterior, lançado em 2018.
“Aqui estou com meu amigo da vida, e o diretor, John Herzfeld, que dirigiu Rota de Fuga 3! Rota de Fuga 2 foi realmente o filme mais horrível que já produzi em toda a minha vida”, escreveu em uma postagem do Instagram.
“Rota de Fuga 2” foi massacrado pela crítica e conquistou apenas 9% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas como foi lançado diretamente em DVD, acabou fazendo sucesso em vendas e garantiu uma continuação. “Rota de Fuga 3” será lançado apenas digitalmente e em DVD.