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Notícias Barrar a candidatura de Lula é “suicídio coletivo”, disse o governador do Maranhão

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"Elite brasileira tem de ter menos espírito de Miami", ironizou. (Foto: Agência Brasil)

“Comunista graças a Deus”, Flávio Dino (PC do B) começou a governar o Maranhão com a imagem de um só santo, são Francisco de Assis, em seu gabinete. Três anos depois, tentará a reeleição com dez santos na bancada. De frente para sua mesa, a mesma que foi de Roseana Sarney (MDB), sua adversária política, Dino pregou uma tela da Muralha da China (“uma lição de paciência”), ornando com bustos do comunista Mao Tsé-Tung e o socialista Salvador Allende.

A vista da sacada do Palácio dos Leões, para onde Dino escapa quando precisa espairecer, não o deixa esquecer o desafio que é governar o Estado mais pobre do País. Seu horizonte é uma favela erguida sobre palafitas ao lado do metro quadrado mais caro de São Luís, no forte da ponta de São Francisco.

Em entrevista, ele declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a despeito da pré-candidatura de Manuela D’Avila, de seu partido.

1) Maranhão hoje é compatível com o tempo que vive?

Flávio Dino – Eu brinco que esse negócio do Juscelino, de 50 anos em 5, era fácil. Aqui são quatro séculos em quatro anos. Ao mesmo tempo, temos uma agenda do século 20 e 21, escola em tempo integral, programa para mandar nossos estudantes para estudar no exterior. Não tivemos greve, pela política respeitosa com os servidores. Aqui a gente não debate o Estado mínimo.

2) Por quê?

Aqui o povo quer serviço público. Se não for o Estado, não é ninguém.

3) Como as candidaturas que propõem um enxugamento do Estado vão se sair?

No Nordeste, muito mal. Porque é quase que uma incompatibilidade ontológica, de essência.

4) Há exasperação com a revelação de que o tamanho do Estado possibilitou corrupção.

Mas isso é puramente ideológico. É verdade que havia infelizmente corrupção na Petrobras, por exemplo, mas quem estava ao lado? Grandes corporações privadas. Então, se fosse extinguir o Estado porque é corrupto, ia extinguir o mercado junto.

5) A Lava-Jato criou distorções?

A Lava-Jato criou uma narrativa em que os empresários, que eram o chapeuzinho vermelho, bonzinhos, foram extorquidos pelo lobo mau, que era o Estado.

6) A de Sérgio Moro contra o Lula o senhor critica.

É um escândalo, uma monstruosidade jurídica. O leitor pode dizer: é porque ele apoia o Lula. Primeiro, o Lula nunca me apoiou aqui.

7) Vai apoiar em 2018?

Eu espero. Sou cristão, acredito em coisas boas. Como você vai dizer que ele é dono de um apartamento que comprovadamente está no patrimônio de um banco? Aí sim a instrumentalização da Lava-Jato atende a certos interesses que hoje não estão claros.

8) Seu irmão Nicolao Dino é próximo do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Como vê a atuação do grupo?

Janot errou. Podia ter evitado o caos político e jurídico em que o Brasil se meteu e ele aderiu. Por quê? Não sei dizer.

9) O presidente Temer não indicou seu irmão, mas Raquel Dodge para suceder Janot.

Tenho a impressão de que Raquel não vai na direção de ser arquivadora-geral. A indicação de Fernando Segovia na Polícia Federal, apoiado por Sarney, vinculado politicamente a uma certa posição [é mais problemática].

10) Ainda tem vida longa?

Tem, porque tem os filhinhos dela, netinhos. a família é grande.

11) O que mostra a volta de Roseana na disputa ao governo?

Mostra muito um saudosismo do uso da máquina administrativa. O grupo empresarial deles depende de recursos públicos, que é um sistema de comunicação [Mirante] cujo maior anunciante era o próprio governo do Estado. Ela pagava ela mesma.

12) O senhor anuncia na Mirante?

Sim, mas bem menos [de 54% da verba publicitária em 2012, caiu para 19% em 2017].

13) O senhor quer o apoio do Lula no Maranhão, mas seu partido tem outra candidatura.

Há a compreensão de que, no Maranhão, pelo sarneysismo, precisamos fazer uma aliança ampla. Palanque aberto. Ainda tem o Ciro Gomes, o PDT é um aliado nosso.

14) Quem é o melhor?

Os três têm suas virtudes. Não posso dizer em quem eu vou votar porque dá ciúme.

15) Não vai votar no seu partido?

Se Manuela estiver na urna, voto nela, claro.

16) Lula irá até o fim?

Lula deve manter a candidatura até o limite. A candidatura dele é fundamental, imprescindível. Só há eleições livres com ele sendo candidato. Pergunte a um cidadão médio: o que você acha de Sarney ou Collor soltos e Lula preso? Isso pode tisnar, criar uma nódoa na eleição, é muito grave. Metade da população tem intenção de votar nele.

17) Metade?

Claro. Se for candidato, ganha. Se a elite brasileira tivesse um pouquinho de espírito nacional, e menos espírito de Miami, concordaria que Lula é importante para o Brasil. [Tirá-lo] abre espaço para uma aventura que seria Bolsonaro presidente, um suicídio nacional e coletivo.

 

 

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