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Comportamento “Bebês reborn” causam polêmica nas redes sociais e na vida real: comportamento de mulheres é criticado e especialistas dão opinião a respeito da “febre” dos bonecos

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Gracyanne Barbosa deixou os fãs surpresos ao se declarar para bebê reborn. (Foto: Reprodução)

A maternidade é vista por muitas mulheres como uma bênção e talvez a única forma de se sentir realizada. Para outras, nem tanto, pois focam mais na vida profissional. Trata-se apenas de uma questão de escolha. Mas o que vem chamando a atenção é a quantidade de mulheres adultas que “adotaram” os bebês reborn e os humanizam como se fossem filhos e filhas de verdade. Se de um lado, muitas pessoas acham a prática meio fora da casinha, outras veem, inclusive, como uma arte.

O fato é que a polêmica está lançada para o bem ou para o mal. Nas redes sociais o que não faltam são “mães” desses bebês e crianças que, com certeza, não dão tanto trabalho e amor como os de carne e osso.

Há alguns dias, quem estampou nas redes o seu amor por Benício, bebê reborn, boneco que imita com perfeição um recém-nascido, foi a ex-BBB e ex-mulher do cantor Belo, Gracyanne Barbosa. “Como já disse anteriormente, meu sonho é ter um filho. Podem me julgar, no começo eu achei estranho. Mas Benício me trouxe felicidade. Te amo, bê!”, escreveu Gracyanne, acompanhando a publicação com foto do boneco. Tem quem diga que se tratou de apenas uma brincadeira.

Aos olhos da maioria das pessoas, a prática parece muito esquisita e todos acham que quem coleciona ou trata os bonecos como ser humano não pode estar com o juízo perfeito, mas não é bem assim. Segundo alguns especialistas entrevistados pelo jornal O Dia, existem vários fatores para que as mulheres lancem mão de um hobby ou um desejo de ainda ter bonecos quase iguais a uma criança real.

De acordo com o psiquiatra Jorge Jaber, dono de uma clínica que leva o seu nome em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio, a relação de mulheres adultas que tratam bebês reborn como se fossem filhos de verdade pode ter vários significados.

“Em muitos casos, esses bebês funcionam como objetos de afeto e cuidado, ajudando a lidar com sentimentos profundos como perdas, solidão ou desejos não realizados. A relação é simbólica: elas sabem que se trata de uma boneca, mas projetam nela emoções reais. Isso pode ter um efeito terapêutico positivo”.

O especialista explica que pode, inclusive, ter a ver com uma maternidade que não aconteceu. “Algumas mulheres enfrentaram dificuldades para ter filhos, perderam bebês ou vivem situações de luto ou afastamento de vínculos familiares. Outras apenas gostam da experiência simbólica da maternidade. O mais importante é entender que, para algumas pessoas, esses momentos representam cuidado, pertencimento e afeto. E isso não significa necessariamente que haja algo errado”, pontua.

Apesar de muitos leigos acharem que quem convive com um bebê reborn pode ter algum problema, o psiquiatra diz que não necessariamente. “Ter um bebê reborn e cuidar dele com carinho não é, por si só, um sinal de transtorno mental. Só levantamos essa hipótese quando o comportamento causa sofrimento significativo ou impede a pessoa de levar a vida normalmente. Por exemplo: se ela começa a se isolar, se perde do convívio social ou acredita que o boneco é um bebê real. Mas esses casos são exceções”, salienta Jaber, que não vê motivos para um tratamento psicológico no caso dessas mulheres.

“Se essa prática está associada ao bem-estar, não há motivo para preocupação. Mas, se for uma tentativa de fugir de dores emocionais muito profundas, pode ser interessante buscar apoio psicológico. Não para ‘deixar de brincar’ com o bebê reborn, mas para entender melhor seus sentimentos e cuidar da saúde emocional como um todo”, orienta.

Psiquiatra do Hospital São Paulo, da Unifesp, Elson Asevedo, compartilha da mesma opinião do colega, Jorge Jaber. “De fato, muitas pessoas acham incomum ou até mesmo estranho que mulheres adultas dediquem atenção e cuidado a bebês reborn como se fossem reais. Essa prática, embora incomum, pode refletir questões emocionais complexas. Algumas mulheres podem recorrer aos reborns após situações difíceis, como a perda de um filho, abortos espontâneos ou infertilidade, utilizando os bonecos como uma maneira simbólica de lidar com o sofrimento emocional ou preencher um vazio existencial”, explica o profissional.

Segundo o psiquiatra, outras podem enxergar nesses bonecos uma forma de vivenciar simbolicamente aspectos da maternidade que não tiveram oportunidade ou optaram por não experimentar. “Ainda assim, é necessário ter cautela para que essa vivência simbólica não substitua ou prejudique relações reais e saudáveis”.

De acordo com o profissional, é importante também considerar que mulheres idosas ou que enfrentam momentos de solidão podem recorrer aos reborns em busca de companhia ou propósito. “Porém, é válido lembrar que relações afetivas e sociais reais são essenciais e não podem ser substituídas integralmente por objetos”, explica ele, acrescentando que a prática de cuidar isoladamente de bebês reborn não configura um transtorno mental e, portanto, não requer obrigatoriamente tratamento psiquiátrico.

Confeccionados com materiais especiais para imitar, com impressionante realismo, recém-nascidos humanos, os bebês reborn são bonecos com peso, textura de pele, detalhes como veias, rugas, manchas e até cheiro de neném. São feitos à mão por artistas especializados e podem ser personalizados conforme o desejo do comprador, escolhendo características como cor dos olhos, cabelo, gênero e até o peso.

O termo “reborn” vem do inglês e significa “renascido”. A origem do conceito remonta à Segunda Guerra Mundial, quando famílias reformavam bonecas antigas para que as crianças tivessem com o que brincar. Com o passar das décadas, a técnica se desenvolveu e se transformou em uma forma de arte e colecionismo. As informações são do jornal O Dia.

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